[Filler 01] O farfalhar das novas folhas

Lições

capítulo um

“Estamos juntas nessa, não estamos?” Foi o que ela disse, passando a mão em meu rosto.

Tive que andar pela escuridão, arrastando-me por entre os ninhos que aquelas criaturas forjavam com pedras e madeira. O gigante vermelho ardia lá no alto, e dava para sentir seu calor vivo na pele. Não é exatamente agradável ter essa sensação quando se está carregando alguém e correndo simultaneamente. Mesmo que ela fosse muito mais leve que eu, tão miúda. Não tem culpa de ter nascido assim, e por isso mesmo permaneço ao seu lado mesmo que queira correr pelas matas e esquecer toda essa confusão na qual fui vinculada.

Ela se agarrava ao meu pescoço, e eu sabia pela sua movimentação de que estava extremamente tensa. E não é para tanto, após aquela constrangedora conversa com o sem-pelo de roupas engraçadas. Ele nos colocou para procurar alguém que estava desaparecido, nem ao menos me dei ao trabalho de entender quem era. Afinal, estou aqui como apoio. Devo proteger a menina a todo custo, e se ela resolveu seguir o caminho dos humanos… Não posso fazer nada.

A não ser morder a mão dos engraçadinhos que acham que podem me tocar.

Mas ela parecia adaptada a nova vida, por mais que isso a tenha entristecido. Lembro dela correndo pela mata com tanta ferocidade que eu quase esquecia que ela não era uma de nós. Na verdade por muito tempo a via como uma loba… Esquisita. Sem presas, sem pelos, e só com duas patas. Foi quando encontramos um semelhante a ela que percebi ser se outra espécie. Não que isso tenha alterado nossa relação.

Seraphina é minha, e eu sou dela.

E agora estávamos unidas, com os olhos semi abertos para nos proteger do vento. Mais uma vez correndo pela floresta, como deveria ser. Podia sentir o rastro tão claro como o dia, como se seu cheiro fosse quase tangível e eu ansiava por alcançá-lo enquanto corria com tudo o que podia; havia tempo que não me era permitido exercitar minhas patas dessa forma. A menina me dava toques aqui e ali, para evitar grupos de humanos ou outras criaturas.

Não que não pudéssemos abate-las, como nos velhos tempos. Costumávamos nos alimentar de carne crua e recém caçada, e não essas porcarias que tentam nos ensinar a comer. Sem gosto, sem textura. Sem o sentimento de glória após uma caça bem-sucedida. Como forma de reviver esse sentimento, vez ou outra saio com a garota para sentir pelo menos por uma noite o sangue escorrendo de nossas garras e presas, apreciar o último suspiro dos cervos ao terem a jugular dilacerada. Mas estávamos cada vez mais distantes desse passado, estações passavam e a cada semana esses passeios tornavam-se cada vez mais escassos. Era quase como um sonho, e naquele momento eu sei que ela também abraçava essas memórias tão queridas. Sentia seu pulso apertar meus pelos a cada salto, cada uivado.

Mas Seraphina é forte, e por mais que estivesse envolta a tantos flashbacks mantinha o foco em mente. O semblante impassível, com uma daquelas facas especiais em mãos destruía galhos e folhas que obstruíssem o caminho. Que não era tão longo assim. Logo o cheiro ficava mais forte e quase insuportável.

Verdade seja dita, humanos tem um cheiro terrível. Quanto mais “civilizados”, pior seu aroma.

Então pouco antes de chegar no ponto em questão, o odor de três outras figuras também ascendia. Foi quando ela murmurou em meu ouvido, debruçando-se sobre minhas costas;

”Devem ser Eles” Por mais que não tenha entrado em detalhes, sabia de quem ela falava. “Eles” seriam os outros shinobis convocados para a tarefa. Aparentemente Seraphina foi chamada apenas como reforço, a presa era extremamente preciosa para o conjunto de humanos. Quando saltei para a entrada da caverna, a tensão era tão grande que era quase visível.

A menina mudou a posição, já que estava deitada, para sentar em minhas costas. Retirando a máscara que utilizava para proteger-se do vento, era notável sua seriedade enquanto pesava o olhar sob cada um dos envolvidos. Afastou o casaco de peles para mostrar a bandana com aquele símbolo que só eles entendiam, a carregava escondida entre as veste pois não gostava de mostrar para o mundo que fazia parte de tal corporação.

”Eu sou o reforço, ou seja lá como vocês queiram interpretar” Completamente formal e objetiva, seus olhos pareciam emitir chamas ao interagir com as outras crianças. Desceu de minha lombar mas manteve os dedos entrelaçados com meus pelos enquanto caminhavam para perto dos três. O cheiro definitivamente vinha dali, e ela sabia disso. Não seria tola. Mas precisávamos ficar atentas, se a missão fosse tão fácil assim não seria necessária nossa intervenção. Avaliei cada um dos Genins, tomando nota do cheiro deles; poderia ser importante futuramente. Pareciam prestes a invadir a caverna, então ficaríamos apenas atrás. Observando, atentas a qualquer alteração no ambiente tão escuro.

100 I 50

FAUX
Rank. B
Descrição. Uma loba imensa, com cerca de três ou quatro metros. Protege a garota a todo custo com seus dentes enormes e faro aguçado, não importando o qual seja a ameaça. É na verdade filha da loba que criou Seraphina, nasceu junto com a garota então também possui doze anos. Quando a loba de Satsuki, River, morreu foi Faux que assumiu o posto de líder da matilha. É completamente devota a menina, e parece se comportar perante aos outros humanos; apesar de não entender porque Seraphina se submete a tais atrocidades.

Citação :

Off: Aron, faz um teste de engenharia pra cada chip manipulado, por gentileza.

Meus planos foram complementados pelo Ruukasu e se iniciou com o Illidan dando inicio à transformação do chip em bala. O plano seria alterado e todos nós iríamos entrar na caverna aumentando as chances de pegar os bandidos e restringir a fuga.

O chip era transferido do pergaminho para a bala pelo Illidan, enquanto isso averiguava meus equipamentos se estavam em ordem e enrolava duas kibaku fuuda em kunais. Seria a opção C caso todo o resto não desse certo, ou simplesmente uma opção de enterrar todos os bandidos de uma vez, exceto um que tinha em mente de levar para o Hokage.

Ruukasu liberou sua linhagem sanguínea, o Sharingan, que até então só tinha ouvido histórias. Os olhos rubros com um tomoe preto assumiram o lugar e minha curiosidade se atiçou para ver quais melhorias o Sharingan daria ao Uchiha, habilidade que posteriormente escreveria em meu caderno.
Então daríamos o primeiro passo em direção a caverna, com o incentivo ou autorização do Illidan, no entanto, sua frase não havia sido terminada e também ouvi o barulho de movimento na mata.

“Será que havíamos sido descobertos?” – Pensava aceleradamente enquanto reunia chakra, mas aguardaria até a ação do possível inimigo para ver qual seria a melhor forma de defesa. Minha ação foi simultânea à do Illidan armando seu arco.

Observava as ações daquela garota que desceu de um lobo incrível. A garota tinha um toque selvagem e uma seriedade notável. Só quando vi o emblema de Konoha e sua afirmação que consegui relaxar um pouco daquele susto, porém minha guarda ainda se mantinha alta, aliás, iríamos iniciar nossa missão.

- Bem vinda à equipe! Iremos iniciar a missão agora. Está pronta? – Falei de forma amistosa, aliás, ela e sua companheira animal chamaram minha atenção. Entretanto, minha intuição dizia para tomar cuidado com as duas até que elas dessem abertura.

Posicionei-me em direção à caverna e o observava para ver se havia alguma alteração na sua escuridão ou movimento. Esperava o Uchiha abrir o caminho para segui-lo.

HP: 250 / CH: 650

Armas:

PARTE V
REFORÇO

O silêncio não teria vez e nem a calmaria.

.      — Lidere o caminho, Uchih...?!

.      Illidan estava prestes a dizer algo quando foi interrompido. Os sons de galhos sendo quebrados com uma certa violência também foram ouvidos por mim. Alguém se aproximava de forma voraz, mas, seria algum inimigo? Nenhum dos três era capaz de responder à essa pergunta e, entrar na caverna como refugio seria uma tremenda burrice. Se o que ou quem estiver vindo com essa agressividade for algum inimigo, estamos bastante enrolados.

.      Tão logo meus olhos viram, pouco antes dos dois, o que estava por nos acompanhar.

.      Um enorme lobo surgiu da mata, com uma jovem em suas costas. Esta, mascarada, descia da fera e revelava-se; era uma konoha-nin. Um rosto bonito, apesar de algumas feições selvagens, a menina não desencostava do animal que a acompanhava em momento algum, parecia haver uma certa conexão entre eles. Já ouvi falar do clã Inuzuka, mas não me recordo de já ter conhecido algum membro dele anteriormente.

.      — Eu sou o reforço, ou seja lá como vocês queiram interpretar. — foi curta e direta.

.      — Bem vinda à equipe! Iremos iniciar a missão agora. Está pronta?

.      Ethan parece gostar de gastar saliva, mas falou por todos. Pra ela ter vindo como reforço, tenho certeza que meu pai passou todos os detalhes missão para ela e, se ela chegou aqui com tanta facilidade, vindo de forma célere como quem sabia exatamente para onde estava indo, é provável que ela tenha alguma habilidade útil para rastrear. Eu apenas a fitei por alguns instantes e logo me virei novamente, deixando amostra apenas o leque do meu clã estampado no preto de minha roupa.

.      — Vamos entrar...

BOLSA DE EQUIPAMENTOS (COMUM):