[Rank D] Genko, seu maldito!

Missão:

—— Genko seu maldito! —— Se tinha um velho tão maldito quanto eu, esse velho era o Genko. E eu o conhecia fazia um bom tempo: Fomos criados juntos, vizinhos. Embora cada um tenha trilhado seu caminho de maneira diferentes, e bastante diferentes diga-se de passagem, ainda guardávamos certo respeito um para com outro. Vez ou outra a gente se encontrava, para disputar qual das costas doía mais.

Aliás, era essa uma das poucas missões que eu aceitava fazer: Aquele maldito não teria a ousadia de dizer que eu não tinha completado-a com perfeição. Ainda que eu não limpasse nada.

—— Mado, seu velho feio da porra!
—— Feio? Há! Pelo visto não tem espelho nessa espelunca.
—— Vamos, vamos, vá limpar a porra do chão!
—— Maldito!

Após as palavras finais, peguei o esfregão e joguei contra o velho à minha frente. Ele rangiu, e aceitou o presente. Ambos ajeitaram suas costas antes de começarem a limpar aquelas tábuas má pregradas. Não demorou muito até o primeiro reclamar de dores, e depois o segundo acompanhá-lo. Não demorou muito, porém, até um chingar o outro e a confusão carismática voltar. Após algumas malditas horas naquele maldito dojou, ele estava quase completamente limpo.

—— Até que ficou bom, né, Genko?
—— Seu filho da puta, não se atreva!

Chutei o balde de água e tudo voltou à sujeira que estava antes. Eu ri, e ele não demorou a ri também. Assim, estando limpo ou não, ele me deu o papel que comprovava a missão completa.


—— [...]

Missão:

—— Há, Genko, seu maldito! —— Fazia umas duas semanas deste a última vez que havia limpado - ou quase - o dojou daquele velho rabungento. Eu tinha ainda que comprar umas ervas para alguns experimentos, e por isso havia voltado mais cedo do que antes.

—— Mado? Por que voltou tão cedo?
—— Dinheiro, meu caro, dinheiro.
—— Mas desta vez vê se limpa essa porra direito!

Ele sempre pedia que eu limpasse, mas sabia que nunca eu o faria. Na realidade, desta vez, nós dois só ficamos sentado em frente a mesa de xadrez jogando uma partida que demorou quase duas horas. Tanto eu quato ele sabíamos bem as estratégias do outro, e o jogo só acabava quando um tentava fazer algo diferente que quase sempre não dava certo. Quase.

—— Mado, seu velho burro da porra.
—— Quem te ensinou isso? Essa jogada não pode ter vindo dessa sua cabeça de merda!
—— Há! Eu sou o grande Genko, esqueceu?

O comprovante foi entrege a mim no momento que o jovem aprendiz dele retornava. E eu pude ver a tristeza em sua cara quando me viu ali. Afinal, sendo eu o enviado para limpar o dojou, acabaria sempre sobrando para ele limpar, já que seu mestre era supostamente meu amigo o suficiente para atestar o sucesso da missão mesmo eu não tendo feito nada. E não me incomodava muito, também, jovens tem energia sobrando! Ele tinha mais é que fazer e não reclamar, pensava, enquanto fazia uma careta carrancuda ao passar do seu lado.


—— [...]

Missão:

—— Mado, sente-se ai, preciso falar com você.

Aquele era um tom diferente, carregando certa seriedade e que eu não gostava muito de ouvir. Porém, sendo um pedido daquele maldito velho, apenas assenti e sentei conforme fora solicitado.

—— Sabe, desde aquele jogo de xadrez eu fiquei pensando… Como você é burro hein, Mado?
—— Ah… Ah… Seu maldito!

Ele garalhou genuínamente, e eu rangi com toda minha ira. Apenas peguei o comprovante em cima da mesa e sai andando.

—— Boa piada, seu filho da puta! —— Embora, no fim, acabei sorrindo. Ele tinha me ludibriado completamente, e eu só pensanva em como fazê-lo pagar.

—— Espere, Mado, preciso falar algo sério com você.
—— Você não vai me pegar duas vezes na mesma piada seu desgraçado!
—— É sobre meu neto. Preciso que você treine ele...