[Rank C] - 'Lord - O Caçador de Tesouros.

O caçador de tesouros

O maior tesouro da vida, é uma boa amizade para conversar e esquecer do tempo.

Lembro bem como aconteceu: Um homem mascarado, da ANBU, bateu à porta e entregou-me um pergaminho enrolado dizendo o dia, a hora e onde estaria um caçador de tesouros. Talvez eu fosse confiável, pois aquela conversa seria extremamente sigilosa.

Estava dentro do horário, por isso não me apressei. Caminhava vagamente e admirava a vila que me adotara. Nunca conhecera outra aldeia shinobi, mas aquela era linda do seu jeito. A neblina misteriosa, as montanhas frias e impiedosas. Ah, Kumogakure... Você é tão linda.

Minha bolsa ninja, que estava repleta de armas básicas, estava colocada de um jeito confortável em minha cintura. Como sempre, minha bandana estava na coxa. Minha roupa era simples: uma meia-calça arrastão; um short jeans com alguns detalhe parecido com rasgões; a sandália azul; camiseta branca simples e uma jaquetinha jeans (a última missão passara frio por não tê-la pego).

Antes de saber quem era o explorador, já havia o avistado. As características que que descreviam-no no pergaminho eram exatas as que eu enxergava. Sem contar com aquela mochila grande.

Olá! Sou Poppy e vou escolta-lo... - Falei dando-lhe meu melhor sorriso.

Bolsa Ninja:

O caçador de tesouros

O maior tesouro da vida, é uma boa amizade para conversar e esquecer do tempo.

Diferente dos homens da aldeia, este era gentil. Até demais para meu gosto. Boa aparência, doce com as palavras e bem atencioso, um verdadeiro cavalheiro. Contudo, aquele olhar era o mesmo de todos os homens loucos por sexo, pelo menos era a expressão que usavam quando chegam ao bordel. Tentei não me aproximar muito, meu trauma de infância, mais uma vez, tomava conta da situação.

Sozinhos? Eu odiava aquela palavra, principalmente quando ela se tratava de mim com um homem desconhecido.

Ãam. Claro, vamos encontrar seus contratados. - Falei com cautela

Era estranho caminhar sozinha, em meio uma floresta fúnebre, com um homem mais velho e... Bem... um tanto atraente. Contudo, eu ainda era uma kunoichi profissional, nada do que ele me dissesse ou fizesse iria me tirar o foco, que era escoltá-lo.

Não era muito boa em detecção, ou melhor, eu era péssima, por isso saquei uma kunai e mantive-me atenciosa no homem e em cada passo que dávamos.

Lembro-me de uma saída de campo em que visitamos as fronteiras do país do relâmpago, que tínhamos de atravessar a floresta. Os guias diziam que era uma das florestas mais perigosas do mundo, perdendo apenas para a da folha. Entretanto, estava ali, na cara e na coragem rumando para onde aquele estranho quisesse me levar para protegê-lo.

Bolsa Ninja:

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O maior tesouro da vida, é uma boa amizade para conversar e esquecer do tempo.

Estávamos indo bem, até que o explorador parou e revisou a mochila. Sua expressão era medonha, parecia que fora tocado por fantasmas.

Você está be...- Antes que terminasse duas sombras corriam pelas árvores ao redor.

Segurei firmemente a kunai e calmamente observei as sombras se multiplicarem.

O que querem? - Indaguei com cautela, mas que mais parecia um ursinho de pelúcia falando "eu te amo". Odiava minha voz normal.

Uma das sombras resolveu se mostrar, ou melhor, resolveu aparecer. Um homem mascarado e com vestes semelhantes aos ANBUs, mas este não era, nem mesmo sua postura era como dos ninjas de elite.

Não quero machuca-los, vim apenas pela mochila. Deixe-a no chão e voltem por onde vieram. - Discursou o ser mascarado.

Não sabia o que havia na mochila, mas não entraria em uma batalha sabendo que morreria, eu ainda era movida pela razão. Respirei fundo e tentei puxar algum assunto.

Se entregarmos vocês nos deixam vivos? - Perguntei com um certo receio.

Ouvi um estralo - em negação - vindo dos lábios do explorador, mas não me importei com isso. Respirei fundo e lentamente fui levando a mão a bolsa ninja, estava prestes a largar a kunai dentro desta quando minha visão rapidamente escureceu e o flashback começou...
Uma linda mulher de cabelos rosados arrumava um enxoval de uma garotinha que logo nasceria. Sua barriga estava redondinha como uma melancia madura e seu amor pela cria parecia ser descomunal. O marido ajeitava algumas caixas e ela dobrava um lençol branco e rosa com lindas flores de cerejeiras desenhadas por toda a extremidade do tecido. Estavam a espera de uma menina era notável ver o prazer que sentiam em ser pai. Duas lágrimas - uma de cada lado - escorreram para fora dos meus olhos e a fumaça revirou-se.

Um grito de dor ecoou e eu estava dentro de uma sala de parto. A mulher apertava fortemente a mão do marido, enquanto este ajudava com palavras de incentivo, era possível ler em seus lábios um "eu te amo". E, por fim, a criança nasceu.

Novamente a fumaça girou a cena e um homem mascarado com um símbolo da folha na testa cortava a garganta da mãe, enquanto a criança estava escondida no armário, chorando. O pai entrou correndo e uma bola de fogo acertou-o como se fosse um boneco. Senti meu rosto arder e sentia que já estava voltando à realidade.
Poppy, volte! Forcei minha mente a acabar com aquela situação constrangedora. Volte, Poppy Hearn!

Quando voltei estava sentindo uma presença que há tempos não sentia. Um ira parecia crescer dentro do peito e aflorava por todo o corpo. Minha vez... Whahaha ecoou na minha mente. A maldita havia acordado.

Era como assistir um filme. Estava presa em uma caixinha minuscula enquanto via a outra usar meu corpo para satisfazer seus desejos.

Meu olhar mudo, assim como uma fisionomia maléfica tomou conta do meu corpo. A kunai que estava entre minha mão direita e a bolsa ninja, agora era equipada (rapidamente e dentro da bolsa) com um tarja explosiva. Segurou firmemente. A intenção de matar era notável e ela estava desejando a morte daquele esquadrão. A faca fora lançada e o estrago já estava feito.

Considerações:

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Mal conseguia ouvir a voz de Raymond. A outra estava tomando conta do corpo e eu não conseguia fazer nada, apenas observar. Podia perceber o prazer que ela sentia ao ver os pedaços da perna do homem mascarado.

Caminhei até o corpo e percebi que ainda estava vivo. A insanidade na vontade de matar era claramente exposta. Saquei outra kunai e lambi os lábios risonhos.

Seria tão fácil... - falei num tom grave e sádico.

Eu parecia não respirar de tanta insegurança, culpa e - o principal - ódio. Era estranho estar presa em algo que você não controla, ou melhor, ser você e não ter controle sobre nada. Querer chorar, mas só conseguir gargalhar porque a outra deseja isso. É como ter duas almas, uma vai para o inferno e a outra para o céu.

P..Poppy? É você mesmo? - Ouvi Raymond falar, mas ouvia ele bem longe, como se estivesse gritando de cima e eu no fundo de um poço.

Aos poucos a adrenalina foi baixando e a caixinha aumentava o tamanho. A expressão sádica sumia e uma culpa tomava conta de mim e transbordava pelos olhos.

Sou eu sim.. - Falei aos prantos. - Agora sou eu... - Falei enquanto guardava a kunai novamente.
Evitei de falar alguma coisa o restante do caminho, odiava quando a outra tomava conta do meu corpo sem antes anunciar, mas graças a ela estávamos bem e continuava minha missão.

Com passos calmos e seguidos - com poucas paradas - seguimos por uma trilha em direção às montanhas do norte. Não prestava muita atenção nas árvores, estava confusa e culpada, então volta e meia encarava o chão. A vergonha de ter aquele transtorno em frente a um cliente da vila deixava a menina mais nervosa, fazendo tropeçar algumas vezes.

Desculpe por aq..aquilo - Falei quando já chegávamos ao ponto principal da missão. As famosas montanhas do lado norte do país.

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Foi uma caminhada difícil. Raymond estava diferente e eu estava envergonhada. O silêncio falava mais alto que os grito em minha cabeça.

Encontramos os companheiros do explorador e eles começaram seu trabalho.

O dia até que passou rápido, eles trabalhavam veemente garimpando e fazendo alguns outros trabalhos. Era estranho ficar ali depois do que acontecera, ficar paranoica ouvindo o barulho dos animais e achando que eram inimigos.
Por fim acabou. E pra descer a montanha qualquer santo ajuda, e sem nenhum inimigo nos afrontando na volta, foi mais rápido ainda.

Nos despedimos aqui... - Falei com um sorriso nos lábios. Estendi o braço com intenção de um aperto de mão, e ele retribuiu. - Até mais ver...

Com um movimento rápido saí saltando pelas casas da vila rumando minha morada.

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