Casa & Laboratório - Yanagi

Casa & Laboratório

Local amplo com as mesmas características apresentadas na imagem título deste post. Possui um local vazio, alto e espaçoso no subterrâneo do cômodo.

Equipamentos Laboratoriais

Citação :

• Seringa (x25);
• Agulha (x25);
• Bisturi (x18;
• Pinça (x18);
• Tesoura (x8);
• Fio de sutura (7,40m);
• Pomada para infecção (x2);
• Par de luvas médicas (x29);
• Máscara cirúrgica (x30);
• Ataduras (7,5cm x 14,5m);
• Adesivo cirúrgico (5cm x 5m);
• Gás sedativo (x2);
• Anestésico local (x0);

Cobaias

Sazaimon:

O cansaço pós-missão não assolava meu corpo. Minhas células ansiavam a análise da nova cobaia experimental adquirida, porém, ainda não era hora. Para tudo há seu tempo. Devo focar minhas energias em outra atividade. Porém, devo estabilizá-lo o quanto antes. O homem semiacordado gemia no canto do laboratório, completamente atado. – Ei, ei, pare de barulho seu rato imundo. Meu ódio por aquele ser não era infundado. Suas ações custaram boa parte da vida vegetativa em uma vila onde a vida é tão escassa. Capturado em minha missão, utilizá-lo-ia como cobaia de meus experimentos. Apesar da inutilidade em certos aspectos por estar com os pés explodidos, terá sua utilidade quando o tempo certo chegar.

Agarrei-o ainda atado ao fio de metal e o coloquei sobre uma das macas do laboratório. Os equipamentos cirúrgicos encontravam-se estocados ao lado, no interior de uma bandeja metálica sobre uma bancada completamente organizada e limpa. Ordenavam-se por ordem de uso, tamanho, gênero e material. Manter o laboratório impecável era um dos mandamentos pessoais que me colocava a seguir. – Mesmo sendo apenas um rato, não posso deixar que morra. Apesar da quase inconsciência do homem, minhas palavras alcançavam seus ouvidos. Uma tentativa falha de falar transformava-se num urro humanoide. – Cale a boca! Irei anestesia-lo para evitar complicações futuras. Seja grato a mim por isso. Tornei a falar enquanto preparava linha e agulha de sutura. Limpei e esterilizei os ferimentos pouco antes de aplicar o anestésico e minhas mãos entrarem em ação. Era hábil com elas, afinal, era totalmente dependente de seus desempenhos em minha habilidade principal. Com elas era capaz de fazer milagres e feitos notórios. Transpassei várias e seguidas vezes os ferimentos das pernas sem seus extremos, acabando com o sangramento e estabilizando-o por hora. Terminei a esterilização e apliquei o medicamento contra infecções antes de enfaixá-lo. – Pronto. Trate de melhorar, imprestável. Encerrava as atividades junto às palavras, esterilizando novamente e organizando a bagunça feita.

Yanagi;
450/400.

Considerações:

Nijūjinkaku (二重人格)

A vermelhidão em meus olhos espalhava-se por todo o globo ocular. Os olhos moviam-se agilmente mirando as páginas do livro sobre a mesa. O tempo sentada fazia com que a queimação em minha bunda se espalhasse por todo o quadril e parte da coluna. A formação estrutural da molécula... Sentia as palavras entrando em minha mente como pregos penetrando as mãos de um crucificado. Os compostos retificados ao reagir da formação carbônica... Vinte e quatro horas de estudo e experimentações passaram-se até agora, e apenas metade do caminho havia sido percorrido. Limpava a bancada de trabalho a cada êxito, meia falha ou completo desastre. – Ok! Desta vez conseguirei! Exclamei ao levantar do assento ignorando todas as dores como se meu corpo estivesse rejuvenescido.  

Minhas mãos foram ao encontro de alguns frascos organizados na prateleira fixa na parede à frente da bancada. Almofariz, balão chato, béquer, bureta... A lista prolongava-se conforme os itens eram adicionados à mesa. Ao final, organizava-os em ordem com os equipamentos já instalados e o trabalho recomeçava. Abaixava-me com uma dificuldade ignorada e abria o longo baú fragmentado internamente por divisórias. Várias plantas, comprimidos, compostos desconhecidos e uma diversidade de tranqueiras preenchiam seu vazio. – Você, vem comigo. Sussurrei conforme agarrava um pequeno saco de couro com uma etiqueta vermelha. Rasgava-a ao abrir o lacre e despejava o pouco conteúdo no almofariz.

Macetava a pequena raiz com força e suavidade. A cada pressão uma quantia de líquido esvaía da planta, preenchendo o vazio do recipiente. Ao final, apenas a casca seca e desnutrida fora destinada ao lixo, restando apenas a seiva desejada. – Mas que cheiro maravilhoso. Cheira iodo com... pousava os movimentos circulares do frasco próximo ao nariz enquanto pensava um pouco. – Zinco! Iodo com zinco! Despejava o líquido no béquer e o repousava sobre as chamas do bico de Bunsen. Regulava-as de modo a deixa-las com baixa potência. Desta vez devo extrair os componentes ao fogo mínimo, não cometerei o mesmo erro.

Deixei que as chamas evaporassem a maior parte do líquido com o passar dos longos minutos, restando apenas uma composição pegajosa e espessa. Dessa vez o aspecto está diferente. É um bom sinal! Despejei o produto no tubo de ensaio e levei o líquido novamente ao fogo. Desta vez, ao atingir determinada temperatura, adicionei 2g de estanho líquido à mistura e o aqueci por mais alguns graus. O resultado fora uma substância de coloração pendente entre o prateado e o negro. Hehe, aparentemente tudo ocorreu bem. Devo testar os resultados.

Gotejei o produto sobre a lâmina de vidro e fiz a adição de chakra. A aparência da substância permanecera imutável e meu coração acelerou. Não pode ser. Desta vez corrigi todas as falhas anteriores e modifiquei a estrutura de acordo com o livro. Era para essa substância estar retendo chakra. MERDA! Coloquei a lâmina no microscópio e franzi o cenho sobre a ocular. As batidas do coração transpassavam o peito e agitavam levemente a camisa por baixo do jaleco. Sentia a pulsação percorrer a borracha da luva ao palpitar das veias. – DESGRAÇA!!! EU CONSEGUI!! Os gritos ecoavam por todo o laboratório e além, exalando todo o alívio da alma de um cientista bem sucedido em seu experimento. Ao aumentar o zoom para 100x as moléculas eram expressivas e completamente claras no que apresentavam. A estrutura aprisionava o chakra em suas células e o mantinha em constante movimentação, agitando as moléculas de forma a mantê-lo sempre em contínua retenção.

Armazenei o produto em frasco lacrado e o repousei por 24h. Meu corpo exausto fora jogado contra o colchão da estreita cama em um cômodo pequeno e exilado do laboratório. Amanhã devo verif... A escuridão tomava conta do meu ser antes mesmo do pensamento ser completo. Apaguei. O sono caíra sobre meu corpo como uma tormenta pós-seca, hidratando o solo seco necessitado de água e saciando a sede do corpo sedento. Quando acordei, foi como habitar um corpo anos mais jovem e completamente recuperado. As articulações moviam-se com total lubrificação, os olhos estavam limpos da sensação de areia e a mente trabalhava como uma pedra de amolar recém comprada. Sequer usei os sanitários e voei ao experimento repousado. Observei-o em microscópio novamente e pude notar que a quantidade de chakra retido havia diminuído. A conclusão lógica fora que acertei na composição da substância, porém, a dosagem dos componentes ainda estava irregular.

Tendo a pior parte da experimentação concluída, regular a quantidade dos componentes fora fácil, mas não rápida. Três tentativas foram o suficiente para que eu concluísse, tendo 24h de repouso entre cada uma delas para que a eficácia dos ajustes fosse testada. Por fim, o produto fora encapsulado em armazenado em recipientes. Um novo processo de fabricação, mais rápido e eficiente perambulava pela minha mente. Porém, estava satisfeita com os resultados atuais. Aperfeiçoaria os métodos dessa criação com o tempo.

Yanagi;
450/400.

Considerações:

Substância: