[RANK D] Poppy.

Tinham-se passado uns dias desde que me tinha formado como Genin, nada parecia ter mudado na minha vida a não ser o facto de que a bandana tinha entrado no meu visual; continuava a mesma menina de casa que se dedicava aos treinos e nada mais. Por muito que passeasse pela vila mostrando que não tinha nada para fazer, nenhum superior parecia querer saber; não sabia ao certo de isso era bom ou mau, mas continuava a caminhar por aí. Uma mulher, gorda com cabelos encaracolados e lábios pintados começou a correr na minha direção. Estava bem vestida, parecia uma senhora nobre. Começou a falar rápido, não percebi nada do que ela disse, mas parecia alterada. — Importa-se de falar com mais calma para que eu possa perceber? — perguntei, educadamente. A velocidade com que falava melhorou, pude perceber. Ela andava à muito tempo à procura do seu gato, chamado Tora, mas não o encontrava em lado nenhum. Lembrava-se que a última vez que o viu foi junto a uma construção uns metros à frente de onde estava, possivelmente devia estar assustado pelo trabalho das máquinas. Disse-lhe para ela esperar por ali, iria dar uma vista de olhos por lá e se o encontrasse, o entregaria ali.

A construção que a senhora falava era uns metros à frente. Tinha sido uma construção recentemente danificada pelos acontecimentos recentes na vila, que não estava completamente informada. Duzentos metros caminhados e já estava junto à construção; parecia ser um prédio alto, que, certamente, seria a habitação de várias pessoas. Tinha desabado com os estragos causados, então teve que voltar a ser levantado novamente. Existiam algumas máquinas por ali, gruas, bobcats, empilhadores, entre outras que eu sequer imaginava o nome. Aproximei-me do engenheiro, fui olhada de cima à baixo e com uma olhar controverso. — Bom dia, poderia desligar as máquinas, por favor? Pelo que sei, tem um gato perdido por aqui. — perguntei envergonhada. O responsável riu-se e perguntou se eu achava mesmo que ele iria desligar todas as máquinas, parar todo o trabalho, só para achar um gato. Homem insensível. De qualquer das formas, não fiquei parada. Entrei para dentro do edifício, verificando todas as divisões existentes. Dei pelo gato escondido junto de uns materiais de construção, peguei nele e aconcheguei-o nos meus braços. Ele parecia assustado e agitado, levei-o até à sua dona. Quando a viu, acalmou-se e ela mostrou uma gratidão enorme, pagando o meu tempo com uma boa quantidade de ryous. Já tinha ganho o dia, por sinal.

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Missão realizada: Resgatar o Gato Perdido.

O dia seguiu após a manhã ajudando a senhor na procura do gato. Já tinha almoçado, voltei a dar um passeio para a vila para ver se era preciso algo. Acabei dando com os portões da vila, uns caminhões tinham chegado com vários medicamentos que deviam ser entregues no hospital da vila com urgência. Depois do ocorrido há uns dias atrás, vários ninjas tinham ficado feridos e não havia medicamentos que chegassem para todos. Os ninjas que estavam a ajudar a descarregar pareciam atarefados, não pude hesitar em aproximar-me e ajudar. — Precisam de ajuda? — perguntei, já puxando as mangas para cima e apanhando o meu cabelo para poder estar mais livre. Os ninjas responderam com um "claro" um pouco pensativo, talvez por parecer óbvio que eles precisavam. Eu era mesmo assim, envergonhada e tímida; porém, subi ao caminhão sem hesitar e peguei nas caixas que podia. Algumas era demasiado pesadas para mim, uma garota de oito anos. Mas tinha algumas mais leves, talvez com alguns materiais também necessários, como algodão, álcool, seringas, por aí fora. Até que aquela missão seria boa para mim, iria conhecer melhor o hospital.

O hospital ainda ficava longe da entrada, não era uma viagem fácil. O mau tempo, que deixava o chão escorregadio e perigoso, as pessoas agitadas nas ruas principais formando multidões e que impediam as pessoas de passar. Odiava mau tempo, mas acima de tudo, odiava multidões. Deixavam-me estressada e com vontade de começar a empurrar todo mundo. — Com licença. Com licença. — era o que eu saía dizendo a cada segundo, para que as pessoas pudessem notar a minha presença e perceber que estava a fazer algo importante. Acabei demorando uns belos trinta minutos para levar duas caixas para o hospital e ainda tive que esperar um pouco lá. Não estava ninguém na receção para me dizer onde deixar as coisas. Os enfermeiros andavam de um lado para o outro, assim como os médicos; os corredores estavam cheios e apenas se ouvia o som de urgência por todos os lados. Um dia seria eu, se lá chegasse, claro. Acabei seguindo um dos ninjas que estava também a descarregar, certamente ele saberia de algo. Pousei aquilo numa sala pequena e repeti a mesma coisa mais uma dúzia de vezes. Tinha tido bastante trabalho naquele início de tarde, estava exausta. Com certeza colocaria esta ajuda como missão no meu currículo. Contudo, acabei recebendo outro pagamento, agora podia começar a ajudar em casa e hoje já levaria algum dinheiro para lá.

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Missão realizada: Levar Remédios para o Hospital.

Era já quase final da tarde, cerca de dezassete horas. Tinha feito mais num dia como Genin, do que em duas semanas, questionava-me se isso era bom ou mau. Dava um último passeio pela vila, afinal, desta vez, estes passeios tinham dado sorte e levava já algum dinheiro para casa. As ruas estavam mais calmas agora, apenas se via pessoas caminhando com a pressa de voltarem para casa após um dia de trabalho. Eu era compreensiva sobre isso, mesmo que não compreendesse muito bem essa realidade ainda. Por fim, acabei vendo a kunoichi que trabalhava na floricultura bem agitada na vila. Parecia estar a deixar as coisas prontas para o dia seguinte, mas porque ela iria fechar tão cedo? — Boa tarde, Kumi-san. Vai fechar mais cedo hoje? — perguntei, sorrindo para ela com as minhas mãos uma sobre a outra junto da cintura. Respondeu-me que estava com pressa, ia ter que sair em missão e não tinha quem ficasse a tomar conta do estabelecimento. Ofereci-me para, afinal eu até gostava de flores. Ela deixou-me uma pequena lista de tarefas simples que deviam ficar já prontas para o dia seguinte, pediu-me para, por volta, das dezanove horas fechar o estabelecimento e passar por lá no dia seguinte para receber o pagamento.

Não parecia nada de muito difícil. Encostei a porta e entrei, começando a ler a lista de pedidos. Ora, tinha que cortar umas flores daqui e dali, deixá-las em água para que, na manhã seguinte, quando ela chegasse pudesse fazer os ramos. Tinha que trocar o vaso de algumas plantas, regar todas e retirar as ervas más de cada um dos vasos. E, claro, no fim de tudo deixar tudo limpo, para que ela não tivesse esse trabalho no dia seguinte. Por sinal, eram pedidos bem simples. Coloquei umas luvas e peguei numa tesoura própria. Cortei as flores e as coloquei de imediato num balde de água, para que não ficassem murchas para o dia seguinte. Após isso, peguei alguns vasos vazios e coloquei alguma terra húmida lá. Fui até às plantas que tinham que ser mudá-las, peguei-as por baixo, trazendo um pedaço de terra agarrado e as coloquei no vaso maior. Quase já no fim, dediquei-me à inchada e comecei então a retirar as ervas dos vasos da exposição. Faltava só deixar tudo limpo, peguei na mangueira e calcei umas botas, começando a limpar o chão com água e a varrer a água dos plásticos que o cobriam. — Parece que está feito. — pensei, pegando na chave e trancando a porta, eram já dezanove horas e quinze minutos. Certamente não fazia diferença ter encerrado aquilo um pouco mais tarde. Voltei então para casa para poder contar o meu dia aos meus pais e honrá-los com o dinheiro que levaria para casa, mesmo que não fosse muito.

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Missão realizada: Floricultura da Vila.

Mais uma manhã de segunda-feira típica na vila. Chuva forte, trovoada, frio, entre outras coisas dentro dessa família. Como costume, passeava pela vila todas as manhãs em que tinha folga do treinamento. Hoje era mais uma e, geralmente, quando isso acontecia, tinha a sorte de ser requisitado para algo, portanto esperava que isso acontecesse assim. Como era típico, as ruas estavam cheias de gente por baixo das coberturas, andavam às compras, outras iam para o trabalho e havia os que só passeavam, como eu. Pelo caminho, uma garota que parecia ser bem mais nova que eu, abordou-me, começando a puxar a minha saia. Ela era mais pequena que eu e parecia mais nova uns dois ou três anos. Chamava-se Inoue e eu não percebi o que se estava a passar. — O que se passa, Inoue? Fale calmamente. — disse, tentando acalmar a pobre garota. Ela começou a falar com mais calma e explicou-me que tinha perdido o colar que a sua mãe lhe tinha dado, que era passado de geração em geração. Podia não ser algo muito valioso a nível monetário, mas, certamente, a nível emocional seria. Pelo que ela me tinha dito, a última vez que ela o tinha visto era quando estava a brincar na entrada da vila, então deveria tê-lo perdido por lá, possivelmente estava caído no chão ou em algum outro lugar por onde ela tenha andado a brincar. Precisava de ir lá ver com a garota, só assim ela se acalmaria. Agarrei na mão dela e caminhamos juntas até ao local onde ela foi, perto da entrada da vila, num parque com chão de areia. Podia ter caído por lá e ter ficado um pouco enterrado, ao ponto de não se distinguir do resto. Não ficava muito longe de onde eu estava, então podia perder algum tempo averiguando, afinal não tinha nada mais que fazer.

Aquele parque tinha vista para a entrada da vila e para a caserna junto à entrada, para que, caso houvesse algum acidente, os guardas pudessem de imediato ajudar. Tinha uma grande árvore no meio, rodeada por divertimentos, como escorregas e baloiços originados através dos resistentes ramos da árvore. Todo o parque era rodeado por um baixo gradeamento colorido, para que as crianças não pudessem sair por qualquer lado. Esse gradeamento era rodeado por arbustos verdes e baixos também, mas bastante bem tratados. O chão do parque era feito de areia e começou logo a minha procura por aí, levantando a areia toda que podia com as mãos aqui e ali para, de facto, verificar se o colar não tinha ficado submerso. Vi junto à árvore e trepei-a para verificar se o colar não tinha saltado quando a garota baloiçava e tivesse ficado preso em algum dos ramos. Nada por lá. Fiz a ronda à volta do parque, para tentar verificar se ela não tinha perdido enquanto brincava à volta dele com outras crianças. Verifiquei todo o gradeamento, pois o colar podia ter saltado e ficado preso por lá. Nada também. Porém, enquanto verificava o gradeamento, pude ver um brilho de jóia vindo dentro dos arbusto. Coloquei o meu braço, ficou toda arranhando e picado dos finos ramos, mas consegui chegar à jóia e tirá-la de lá. Era o colar, o colar que eu tanto tinha procurado. Não parecia ser muito valioso, afinal a pérola parecia ser de um ouro fácil brilhante, mas a alegria da criança foi o suficiente para me encher de alegria. — Então, agora já pode voltar para casa, Inoue. Decerto que a sua mãe agora não ficará chateada. — disse, sorrindo para a menina e acenando-lhe enquanto a via ir embora. Voltei para a rua onde estava, continuando em busca do que fazer.

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Missão realizada: Ajudar Inoue a encontrar o seu colar.

Depois de ajudar a pequena garota Inoue, voltou às ruas principais da vila para continuar a minha caminhada por lá, na procura de algo que fazer. Tinha passado cerca de uma hora, eram dez e meia da manhã e tudo continuava igual. Todas as ruas cheias de gente, incluindo as secundárias, eram impossível caminhar a mais de vinte centímetros por segundo. As pessoas caminhavam e logo após paravam para ver algo, acabava sempre esbarrando nelas e soltando um pequeno conflito, mesmo que eu fosse bem educada e pedisse desculpa. Enfim, não gostava muito dessas pessoas que traziam sempre com elas os problemas da vila. Caminhei por um tempo, até que achei uma pequena briga no meio da rua. Parecia um velho falando alto com dois Jonins que não estavam a saber impor-se, mas espera, eu conhecia aquele velho, aliás, todos o conheciam. Era o Mestre Genko, um dos poucos sobreviventes no mundo da última grande guerra e em tempos ele tinha sido um ninja de grande reputação e que todos respeitavam. Apesar de ser um pouco tímida, naturalmente eu aproximei-me para averiguar. — O que se passa? — perguntei eu. O mestre parou de falar e olhou para mim, um dos Jonins tirou o sorriso e a mão de trás da cabeça, pose de quem estava levando uma bronca e me explicou. Pelo que percebi, o mestre andava há vários dias a pedir para que lhe arranjassem um ninja para lhe ir limpar o chão do dojo, mas eles sempre se esqueciam. — Eu posso fazer isso. — disse convicta. As duas partes ficaram surpresas a olhar para mim, não esperavam que uma kunoichi se oferecesse, mas eu fiz. Acabei por seguir caminho com o Mestre Genko, de braço dado, ele era pouco mais alto que eu, fomos conversando o caminho todo, até ao dojo dele.

Quando lá cheguei, pude realmente ver a sujidade do local, especialmente do chão. Eu poderia usar o meu dedo para escrever o meu nome na sujidade, mas, é claro, o meu dedo ficaria preto. Pelo caminho, soube que a neta do mestre estava em treinamentos pela floresta e andava ocupada demais para fazer limpezas, eu compreendia isso, para ser sincera. Enquanto ia buscar os materiais para começar a limpeza, fui perguntando coisas ao mestre e ele foi-me contando histórias da vila, algumas bem interessantes. Andei varrendo o chão e passando a esfregona enquanto ele me contava algumas das missões não confidenciais dele ao serviço de Konoha. Logo após, começando a esfregar o chão, de joelhos e com um balde ao meu lado, para que pudesse limpar e molhar o pano quando achasse necessário. O mestre parecia contente e alegre com a minha presença ali, parecia precisar de conversar um pouco, de limpar o seu interior. Aparentemente, ele precisava mais de uma limpeza do que o próprio dojo dele e eu não me importava com isso, até gostava de conversar e de ouvir histórias de pessoas mais velhas. Afinal, eu era uma criança, ficava satisfeita com pouco e um pouco de companhia que respondesse a todas as minhas perguntas chatas parecia ser o suficiente. Até que limpar o dojo com toda aquela conversa demorou, quando dei por ela já era meio-dia e eu devia ir para casa para almoçar. O meu trabalho ali também estava feito. — Obrigado, Poppy-san. — agradeceu o velho, com um grande sorriso no rosto. Tirou do bolso do seu quimono uma bolso de moedas e me deu, como forma de agradecimento pela minha gentileza.

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Missão realizada: Limpando o dojo do Mestre Genko.

Dirigi-me a casa, onde fiz uma paragem então para descansar da manhã trabalhosa e atribulada. Troquei de roupa, pois todas estavam encharcadas do temporal que atingia a vila há semanas. Fiz tudo isso antes de almoçar, para que quando terminasse, pudesse voltar a procurar algo que fazer na vila. Tinha ouvido dizer que iam chegar uns carregamentos de equipamentos ninjas durante a tarde, talvez me deixassem ajudar. Os meus pais chegaram, entretanto, traziam o almoço nas mãos, um frango de churrasco do melhor restaurante take away da vila, fiquei logo esfomeada. Sentei-me à mesa, já posta por mim e comecei a abrir o saco onde vinha o frango e a pegar nele com as mãos. Lá veio o sermão da minha mãe para eu não comer aquilo com as mãos, mas logo vinham as palavras do meu pai dizendo que não tinha importância. Como sempre, o nosso almoço durava cerca de uma hora, era o tempo que os meus pais tinham para almoçar, a pausa deles da vida ninja. Ficávamos conversando sobre tudo, especialmente sobre o que eu fazia durante a manhã, pois a vida deles era sempre muito monótona. Eu falava durante o almoço todo e, quando eles saíam, eu continuava falando sozinha, em tom de música ou não, enquanto lavava e esfregava a loiça, enquanto arrumava a cozinha, enquanto mais umas coisas pequenas que eu fazia sempre. No fim de acabar, saí de casa, novamente com a minha capa impermeável, mas que não era tão impermeável assim porque a chuva sempre passava. Voltei a misturar no meio da multidão, ia fazer uma rota de patrulha no interior e logo fazia outra pelos limites da vila.

Uma hora se passou na minha caminhada pelo interior da vila, no meio do caminhar lento da multidão; agora era a hora de caminhar junto aos limites da vila, passar pelos portões e verificar se, de fato, não era preciso nada. Acabei por dar conta de um caminhão chegando num dos portões, era um carregamento de equipamentos ninja; os boatos estavam certos, aproximei-me do guarda. — Posso ajudar a descarregar o caminhão? — perguntei, de forma inocente. O guarda olhou para mim, de alto a baixo e soltou uma pequena gargalhada, mas respondeu educadamente. — Não sei se não será peso a mais para uma criança, mas pode tentar. — respondeu, sorrindo. E continuou. — Comece a descarregá-lo enquanto eu chamo mais alguns ninjas na academia para ajudar. — pediu. Acenei com a cabeça e dirigi-me para a parte de trás do caminhão. O motorista já tinha aberto a porta e tinha ido até ao café mais próximo para comer alguma coisa. Caixa a caixa eu fui descarregando o caminhão e transportando os materiais para a academia. Eram conjuntos de kunais, shurikens, cordas de arame, senbons, entre outros. As caixas de kunais e shurikens até que eram bem pesadas, mas as de cordas de arame e senbons eram facilmente carregáveis, mesmo para mim, uma criança. Viagem atrás de viagem e caixa atrás de caixa, foi assim durante umas três horas. Quando dei por ela, já era quase final da tarde e o caminhão estava pronto a sair. Deixamos as últimas caixas na sala de reunião de Times Ninja e logo o pagamento chegou às minhas mãos, mais um dia em que levaria dinheiro para casa. Sentia-me orgulhosa por ter ajudado.

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Equipamentos; completos.

Missão realizada: Equipamentos Ninja.