[MD] Fuyuki

O GATO PERDIDO, 野良猫

Apesar de ter pego o ladrão que roubou muitas pessoas, a vida na vila não estava fácil. As pessoas pareciam mais que não me reconheciam, só zombavam. Comentários estúpidos e sem senso comum. Troçavam de ainda ser um Gennin com a minha idade, que devia ser mesmo desajeitado e inútil. Falar sem saber sempre foi moda e não é que me incomodasse, mas a sociedade precisava urgentemente de uma recolha selectiva se colocássemos a mentalidade em jogo. Há muito jogo que não devia ter língua ou a tem muito grande.

Um ninja de calibre mais alto na vila tinha-me pedido para ajudar uma senhora conhecida como Madame My a encontrar o gato, Tora. Pelo que ela tinha dito, ele tinha sido visto pela última vez perto de uma das construções da vila, então eu devia averiguar juntos das duas ou três pequenas construções que existiam na vila. Já caminhava para lá, infelizmente tinha que passar por uma das ruas mais movimentadas, daí a minha cabeça não pensar de pensar nos comentários sem noção das pessoas da vila, que falta de respeito e de educação.

A primeira construção era de uma pequena casa que já estava quase que acabada, mas isso não significava que o gato não pudesse estar lá dentro. Nem ia perder tempo a procurar, era mais inteligente que isso. Da minha mochila tirei um pequeno rolo e desenhei dez pequenos ratos que os orientei para dentro da casa de forma a poderem procurar o gato e atrai-lo para fora. Para além dos ratos, fiz também uma pequena coruja para sobrevoar a casa e tentar perceber se o gato não estava nos arredores da casa. A busca foi sem sucesso, o gato não estava lá.

Uns duzentos metros à direita, estava a outra construção. Algo maior, era um pequeno edifício que iria servir de escola para os civis, ou seja, para aqueles que não pretendiam seguir a carreira ninja. Voltei a fazer o mesmo que antes, desenhar os dez ratos e a ave, de forma a que pudessem procurar. Um por um, os ratos iam voltando, uns demoravam mais que outros, mas sempre voltava. Um deles via com muita pressa, percebi de imediato o que se passava. Estava a ser perseguido por um gato acinzentado, que corria a grande velocidade.

Lá estava ele, tinha encontrado o gato da senhora. Corri em direção a ele e a agarrei-o, era bastante amigável e deixou-se apanhar. Desfiz a técnica e ele amansou. Caminhei então na direção da casa da senhora, de forma a entregar-lhe o gato que agora estava bastante relaxado enquanto eu lhe massajava a cabeça. Tinha sido mais fácil do o que eu esperava, só queria era receber o pagamento e voltar a encontrar-me com o Jonin para saber se ele tinha mais alguma tarefa. Provavelmente tinha, toda a hora aparecia uma nova.

Status, ステータス
400/400 —
270/450 —

FLORICULTURA DA VILA, 花卉ビラ

Depois de entregar entregar o gato Tora à sua dona e de ter recebido o devido pagamento, fui à procura do Jonin que andava pela vila a recolher tarefas. Era a hora de a maioria das pessoas andarem na rua, então seria difícil de encontrá-lo no meio da multidão. Caminhei por todos os principais caminhos e não o encontrei, até que fui abordado por uma kunoichi. A face dela não me era estranha, já a tinha visto em algum lugar. — Bom dia, poderia cuidar da floricultura para mim enquanto vou em missão? — perguntou ela, que era de uma classificação muito mais elevada que a minha.

Por sinal, recordei-me que era da floricultura que a conhecia, já tinha passado por lá antes. Isso não importava mais. Ponderei em recusar ajudá-la, mas era mais classificada que eu, então isso poderia me dar alguns problemas. — Claro. — respondi com um sorriso falso que escondia uma enorme vontade de dizer que não. — Obrigada. — agradeceu, sumindo do local num piscar de olhos. Caminhei então na direção da floricultura que ficava, provavelmente, a uns cem metros dali, então era uma caminhada rápida.

A porta estava destrancada. Entrei sem hesitar e fui de imediato ao balcão, onde tinha uma lista de tarefas do que devia ser feito. Regar toda as plantas, limpar uns vasos e umas prateleiras, arrancar umas ervas daninhas, entre outras coisas. Quando eu acabei de ler aquilo, suspirei e me perguntei por que tinha dito que sim. Tanto trabalho que tinha que fazer, mas quanto mais tempo eu ficasse parado, mais tempo demoraria. Peguei então na mangueira e liguei-a a uma torneira, colocando o dedo na ponta de onde saía a água e comecei a regar, as plantas e a passar água no chão, para limpar.

A floricultura era grande, mas em uma hora consegui regar tudo. Agora tinha que tratar de retirar umas gramas não muito boas da terra. Peguei numa inchada pequena e fui de quadrado de terra em quadrado de terra tentando tirar todas elas. Bom, a terra ficou toda mexida, mas a grama saiu toda. Isso é que era importante. A hora que perdi a fazer isso, mais a hora que tinha perdido a regar tudo, já faziam duas horas. A kunoichi não devia tardar em voltar, então eu tinha mesmo que fazer o máximo que puder.

Peguei nuns vasos sujos que tinha lá e tratei de os lavar. Foi algo rápido, visto que não eram muitos. Depois cortei algumas flores que ela tinha lá listadas para preparar umas encomendas de alguns clientes. Coloquei-as em água para não estragar. Após isso, limpei e arrumei umas coisas, sendo que não tive que ficar ali por mais tempo. A kunoichi tinha chegado e vinha com um sorriso na cara, então eu devia sair o mais depressa quanto pudesse dali, pois quando ela visse o que eu tinha feito, ficaria muito brava. Ela deu-me um saco com algum dinheiro dentro, era suficiente. Saí então dali, retornando a busca pelo Jonin.

Status, ステータス
400/400 —
270/450 —

REFORMAS DA VILA, 村の改革

O destino era irónico. Mal saí da floricultura, avistei o Jonin. Estava passando uns três ou quatro metros à minha frente. — Jonin, já ajudei a Madama e a kunoichi da floricultura. Tem algo mais na vila em que possa ajudar? — perguntei, num tom sério e equilibrado. Ele tirou um papel no bolso e disse que precisava de alguém para transportar materiais na construção da escola. Enfim, quando chegasse a casa no final do dia, estaria exausta. Quando me deitasse, adormeceria em segundos e isso não era mau de todo, por sinal.

Caminhei de volta à construção da escola então, já lá tinha estado à procura do gato Tora. Os trabalhadores já tinham voltado do almoço e pareciam bastante agitados com a quantidade de trabalho. Andavam lá com as máquinas de trás para a frente a transportar coisas para cima. O responsável aproximou-se de mim de imediato. — É você quem vem ajudar? — perguntou, olhando-me de cima abaixo. De fato, eu não tinha um corpo muito musculado, mas, certamente, conseguiria carregar aquelas coisas sem dificuldade.

— Sim, sou eu. — respondi com um olhar desconfiado. Ele voltou as costas enquanto falava e apontava. Tinha que carregar uns sacos de cimento para ali, uns tijolos e trazer uns baldes vazios. Certamente não seria difícil. Ele tinha enumerado quanto queria de cada, então com meia dúzia de viagens, eu poderia trazer tudo. Com toda a calma do mundo, fui trazendo as coisas. Primeiro os sacos de cimento de vinte e cinco quilos, com dois tijolos por cima que juntos não deviam pesar nem cinco quilos. Assim seria mais rápido.

O responsável pela obra já estava farto de reclamar, ele dizia que eu era muito lento e estava sempre a criticar a forma como eu trazia as coisas. Enfim, eu não ligava para ele, ainda para mais porque não lhe devia nada e o trabalho já estava quase feito, faltava apenas trazer os últimos baldes. Assim foi, a meio do caminho, ele me abordou. — Tome o seu pagamento, eu levo isso. Obrigado pela sua ajuda. — disse ele, num tom irritado e de quem estava farto de me ver. Recebi o dinheiro e virei costas, eu tinha feito o que me pediram, estava na hora de voltar para casa. Já era tarde.

Status, ステータス
400/400 —
270/450 —

O COLAR DESAPARECIDO, 行方不明のネックレス

Já tinha passado muito tempo sem fazer missão alguma. Não me chamavam para nada, algo que achava muito estranho. Será que se tinham esquecido de mim? Era sempre isso que pensava enquanto tentava adormecer todos os dias. Andava por casa a fazer algumas coisas, ia passear na vila, passava por vários ninjas que me podiam encarregar de missões e nada. Ninguém me chamava para as tarefas da vila. Estava a começar a achar aquilo decepcionante, mas algo iria acabar por surgir, ou eu mesmo iria pedir algo para fazer.

O bater na porta surgiu, alguém acabou por se lembrar de mim, será que me chamariam para fazer algo? Talvez. Abri a porta e tive a certeza que era desta vez. Um ninja alto, de rabo de cavalo e cabelos loiros, olhos azuis, que me encarregou de uma pequena tarefa. Uma garota chamada Inoue tinha perdido o seu colar que a sua mãe lhe tinha oferecido junto da entrada da vila, então eu devia ir até lá investigar e ajudar a encontrá-la. Parecia algo bem simples e rápido, talvez até demais, mas tiraria essas conclusões quando lá chegasse.

Caminhei rapidamente até lá e a menina estava lá, choramingona, por ter perdido o colar. — Não desespere. Eu vou ajudá-la a encontrar o seu colar. — disse, com um rosto sério. A menina pareceu ficar mais calma e com esperança de encontrar mesmo o colar. Ela tinha estado a brincar junto ao mar, numa zona com rochas baixas, mas enormes e muito areal. O colar podia já até estar submerso, mas eu tinha que continuar a procurar. Mais uma vez, eu tinha o truque ideal para isso. Tirei da minha mochila o meu rolo, pincel e tinta ninja. Desenhei uns dez ratos e conduzi-os para que procurassem o colar.

O resultado foi surpreendente. Nenhum dos ratos encontrou o colar, nem mesmo nenhum de nós. Então eu e a menina começamos a caminhar pelas rochas, espreitando todas os buracos e poças de água entre elas. Era uma zona com vários metros e com a passagem do mar, o colar até podia já ter sido levado. Não ia desistir até que o encontrasse, nem que tivesse que procurar durante vários dias seguidos. A garota começava a chorar e a perder a esperança, mas eu continuava com a vontade e esperança de o encontrar.

Então, já passado umas duas horas de procura, achei o colar no meio do areal já um pouco submerso. De fato, não estava num sítio fácil de achar, mas eu consegui vê-lo quando passei perto dele. A felicidade e alegria da menina voltou a ascender, abraçando-me e agradecendo-me. Aquele demonstração de emoções incomodava-me um bocado, mas ainda bem que tinha cumprido mais uma missão e ter podido ajudar outra pessoa. Enfim, voltei a caminhar para casa, podia ser o suficiente para encontrar outra tarefa.

Status, ステータス
400/400 —
370/450 —

LIMPANDO O DOJO, 道場の掃除

Depois de ajudar a garota Inoue a procurar o colar, fui passear pela vila. As pessoas já pareciam aceitar a minha presença ali e terem aceitado que Gennins podem ter a minha idade, pois não sabiam qual era a minha história ou o que se tinha passado. Começava também a ganhar algum respeito das pessoas, apesar de nenhuma parecer querer se aproximar de mim, mesmo as crianças e outras ninjas mais novos. Será que eu cheirava mal? Não sei. Eu guardava esses pensamentos emocionais e essas emoções para mim, sempre com uma cara séria, talvez fosse por isso.

Não tinha culpa de assustar as pessoas, talvez isso alguma vez mudasse. Enquanto caminhava, o Jonin voltou a encontrar-me. Encaminhou-me para o dojo do Mestre Genko, um local muito conhecido que pertencia a um senhor muito respeitado. Devia ajudar o senhor com as limpezas, pois ele não era mais um jovem e a sua neta estava em treinamento na floresta. Eu até que gostava de arrumar, gostava das coisas organizadas e limpas, pois sempre davam um ar mais requintado às coisas, mesmo eu não ligando muito a essas coisas.

Não demorei a lá chegar. O velho estava num dos seus dias rabugentos, tinha que ter paciência, procuraria nem sequer contactar com ele. Ele indicou-me onde estava os materiais de limpeza e o que deveria limpar, então pus logo mãos à obra. O dojo tinha quatro divisões, a sala grande, onde eram dadas as aulas e treinamentos, a casa de banho, um grande quarto onde ficavam os alunos em regime de internato e a casa de banho, que era também grande e estava muito suja. Dava até nojo limpar aquilo, via-se logo que era frequentada, na maioria, por homens.

Coloquei água no balde com detergente, mas começou primeiro a limpar todos as mobílias, prateleiras, bordas das janelas, tudo o que era de madeira e não era chão. Logo após isso, limpei as janelas com outro líquido e pano, deixando-as a brilhar. Os joelhos já me doíam, pois tive que andar de joelhos para limpar algumas coisas. Depois varri o chão, para tornar a limpeza do chão com a esfregona mais fácil. Contudo, lembrei-me que ainda faltava a casa de banho. Peguei no detergente destinado a essa divisão e comecei a esfregar tudo direitinho. Aquela casa de banho cheirava tão mal que até vomitei, mas no fim melhorou.

Limpei o chão em cerca de trinta minutos, era o mais rápido, porém toda aquela limpeza demorou umas três horas. Apesar disso, sabia que o mestre pagava bem, daí ter gosto em fazer as coisas. Chamei-o antes de sair para avaliar o meu trabalho, torceu o nariz uma vez ou outra por um rodapé e outro terem um pouco de pó, mas deixou passar. Entregou-me a bolsa com o meu pagamento, sem dúvida estava pesada, aquilo já me deixava contente pela limpeza, então caminhei outra vez em direção ao centro da vila, para ver se o Jonin tinha algo para mim.

Status, ステータス
400/400 —
450/450 —

EQUIPAMENTOS NINJA, 忍者機器

Estava a ser um bom dia, já tinha ajudado a menina Inoue e o mestre Genko e ganho algum dinheiro com isso. Contudo, o meu andar continuava sem emoção, assim como o meu rosto. Passos lentos, calmos e vagarosos eram interrompidos novamente pelo ninja de rabo de cavalo. Será que era mais uma missão? Oxalá fosse, fazia jeito. — A academia precisa de alguns equipamentos ninja que estão no armazém da vila. Vai buscá-los e transportá-los, por favor. — pediu o ninja educadamente, dando-me mais alguns detalhes. Uma missão de peso, mas eu era capaz.

O armazém ficava perto do centro da vila, um lugar estratégico. A academia não ficava muito longe de lá, um pouco deslocada à direita, talvez meio quilómetro. Demoraria um pouco o transporte, mas eu sabia que conseguia. Dirigi-me para lá, entrando calmamente no armazém e pedindo indicações aos trabalhadores sobre onde estava o que devia ser transportado. Era uma palete com umas vinte caixas de armas básicas e alvos. Essencialmente, shurikens e kunais. Era um pouco pesados, mas não muitom grandes. Conseguia levar duas de cada vez e assim foi.

Caminhei para lá e para cá dez vezes. Foram, ao todo, cinco quilómetros percorridos, mais ou menos. Não era muito, mas com aquelas caixas era um pouco cansativo, ainda para mais sendo que, por três vezes, deixei cair uma das caixas e tive que andar a apanhar o material todo do chão. As pessoas passavam, mas nem se aproximavam para ajudar. De fato, desta vez acreditava que cheirasse mal, talvez a suor, mas eu estava a trabalhar e no duro, portanto era normal que isso acontecesse, pois todos transpiram.

Por fim, acabei o trabalho. Coloquei todas as caixas na academia, mais precisamente, na sala onde se reuniam os grupos de ninja, ou iam sair em alguma missão mais duradoura ou precisavam de abastecer as bolsas. Contudo, não me interessava por isso. Eles nem ligavam para mim, não tinha um único amigo lá, nem sequer na vila, então porque me deveria importar? A única pessoa da vila com quem eu me importava, era o líder e talvez um jonin ou outro que me tinham ajudado de certa forma. Era graças a eles que eu sentia Kiri como a minha pátria.

Status, ステータス
400/400 —
450/450 —