[Chunnin Shiken] Blackbeard X Itō Ittōsai

Citação :

Regras

- Status cheio, exceto por ferimentos físicos da ultima etapa, estes se mantém.
- Só são permitido jutsus e técnicas das quais você tinha conhecimento ao entrar no Chunnin Shiken
- A arena tem 60m de raio, espaço o suficiente para todos lutarem, e é exatamente como a Arena do CS de Boruto.
- A arena possui algumas poucas poças de água para usuários de Suiton.
- A luta só acaba se alguém desistir ou tomar dano que seria letal.
- Os kages estão lá, todos os cinco assistindo tudo, a arena está lotada e aqui é tão importante vencer, quanto incitar ela. Ambos afetam o resultado final.
- Lutem o máximo que puderem sem interrupções por favor, e boa sorte, demais regras são as regras de luta do forum.

ÂNSIA

O burburinho da plateia ansiosa transpassava as estruturas do estádio e acariciava meus ouvidos. Ajustava o último estojo de equipamentos, este na cintura, quando o arrepio subiu pelo braço e dançou por todo o corpo. Podia sentir a vibração de cada voz, a ânsia do público pelo combate mesclava-se à minha e o sentimento era nostálgico. Sorria, sem perceber. Vesti a capa esverdeada, amarrei a bandana contra a testa e fechei os olhos. Concentre-se e pense! Respirei fundo e deixei o pequeno vestiário.

Colocava-me ao exterior do estádio através de um longo e sinistro corredor. Minha imagem ao surgir fizera com que o som das várias vozes em uníssono cessasse repentinamente. Droga, estão todos observando. Meus movimentos também foram interrompidos de súbito, como reflexo. Ergui os olhos e encarei a multidão que me cercava em círculo. Merda, eles continuam olhando. Seria muito mais confortável se lutássemos apenas para os avaliadores. Olha quanta gente. E os Kages, estão todos ali. As cinco figuras representantes de força e poder encontravam-se destacadas, contornadas por ornamentos e guardas pessoais. Seus assentos eram mais elevados que o restante e suas vestes impunham respeito. Eram foco do meu olhar e inspiração para minha batalha.

Conforme posicionava-me na arena as vozes tomavam fôlego novamente e preenchiam o silêncio do âmbito. Senti-me confortável ao ouvi-las. Cumprimentei o avaliador com um breve aceno e tratei de aguardar pelo oponente. Sentia a sede pelo embate percorrer minha pele e agarrei o estojo por baixo da capa, apertando-o conforme o sorriso esperançoso enfeitava meu rosto.

Bast;
450/400.

Considerações:

Itens:

COR DO FOGO

Os espectadores novamente silenciavam-se aos poucos. Ao longe pude ver o motivo, adentrando lentamente a arena como se pisasse em solo sagrado. A distância entre nós era grande, percebi apenas os retalhos de um aceno moderado e alguns fiapos de características. Pretendia trocar algumas palavras antes do embate, apesar da ânsia pelo combate, porém, a distância entre nós não permitia a negociação de palavras. Retribui o gesto, esticando-me para que fosse visto. Que saco. Tentar adquirir alguma informação num pré-diálogo acabou não dando muito certo, afinal. Relaxei a mão que apertava o estojo e mergulhei-a no mesmo, buscando uma kunai.

Rodei a lâmina com o indicador e parei-a apontada ao Genin. Meus olhos apreciaram os detalhes do campo de batalha, absorvendo as informações e realizando cálculos de distância e limitações. Cinco poças espalhadas, ótimo. 30... 40... 60m de raio. Aproximadamente 39m entre nós dois. Circulei novamente o olhar pela plateia. Paredes com 30m de altura. Certo!

A mão livre buscou outra lâmina e as lancei contra o solo, fincando-as alguns metros adiante. Estiquei um pouco o pescoço e gritei para que o Genin ouvisse. – EEEI! VOCÊ NÃO CONSEGUIRÁ PASSAR DESSAS KUNAIS! A voz ecoou e a plateia burburinhou. Sorri, um pouco desconcertado enquanto coçava os cabelos cor de fogo. Isso será o suficiente para testar suas habilidades.

Bast;
450/355.

Considerações:

Itens:

Técnicas:

DISTRAÇÃO

Não soube se a provocação tivera êxito ou caíra em completo fracasso, os movimentos seguintes do menino foram ambíguos. Porcaria. O que está acontecendo com minhas estratégias hoje?! O pergaminho jogado ao chão colocou-me em alerta. Mergulhei novamente a mão no estojo e apanhei outra kunai, colocando-a em frente ao corpo ao elevar a guarda. O papel explodia e o fumo ocultava a presença do oponente. Lá vem ele!

Três figuras deixavam a cortina de fumaça e encontravam-se imediatamente com meus olhos. Kage Bunshin?! Os passos eram ligeiros e confusos, moviam-se de forma embaralhada e indistinta através do fumo. O que foi aquilo?! Por que eles não... Observei as armas em constante rotação que bagunçava a fumaça em torno de si. Minha atenção focou-se na movimentação dos clones e em seus passos enquanto a mente mantinha-se em constante trabalho. Percorriam agilmente a trajetória entre nós até que seus pés sobrepuseram a poça d’água imóvel entre os dois pontos. – Eu sabia! Sussurrei pouco antes de girar o corpo para trás duas vezes, pousando sobre um segundo acúmulo de água. Finquei no chão a kunai empunhada.

Minhas mãos uniam-se em gestos belos e ágeis seguidos de um esbravejo. - Suiton: Suiten Hōfutsu! A água abaixo de onde eu repousava elevava-se em torno do meu corpo em forma de uma bolha disforme. Inicialmente o corpo dos clones não alterou o percurso da fumaça que os rodeava. Porém, a técnica que utilizavam sim, o que me deixou em dúvida a princípio. Mas ao passarem sobre a água sem perturbá-la tornou as coisas claras; são meros bunshins equipados com jutsus reais. Inteligente. Os projéteis chocavam-se contra a barreira aquática e submergiam, boiando no interior do líquido, imóveis.

Enquanto barrava os ataques, meu campo de visão notou de relance a movimentação em outra poça acumulada à esquerda. Arregalei os olhos e instintivamente saltei em direção oposta. Onde está o original?! A bolha em completa deformidade acompanhava meu corpo como se o pertencesse. Meus olhos mal dançaram pelos arredores em busca do genin e notei o segundo ataque. – Desgraçado! Praguejei ao apontar com o braço esquerdo a arma que me mirava, criando através da barreira aquática um tentáculo que cortava o ar em direção ao metal. Engolia-o como cobra ao desferir um bote, mantendo a trajetória percorrida pela arma. Te peguei!

Bast;
450/285.

Considerações:

Itens:

Técnicas:

PREPARAÇÃO

Sorri com a certeza sanguinária de quem o acertaria e decepcionei-me com o ar pego pelo tentáculo. Merda. Ele é rápido. Rolei os olhos por todo o local a procura de um sinal de vida do oponente; sem sucesso. Como é chato ter que lutar contra alguém que só se esconde. O olhar continuava vigilante. Checava a fina camada de água espalhada pela superfície do campo de batalha. Sem pegadas. De fato, ele só está fugindo. Dev... Algo chocava-se contra a estrutura da bolha em minhas costas. Que merda, ele está tentando atingir meu ponto cego. Nesse caso... Abaixei-me, ainda circundado pelo líquido e toquei o solo, mantendo a palma encostada. Sorria novamente, desta vez, com o ar de quem tramava algo.

Bast;
450/275.

Considerações:

Itens:

Técnicas:

TERRENO

Dançava com os olhos por toda a arena. Moviam-se metódica e impecavelmente. Buscavam cada bloco, ângulo, direção, até que de súbito alcançavam a arma que disparava em meu rumo. – Tsc! Estalei a língua, decepcionado. Apontei o braço em direção ao projétil e deixei que o tentáculo criado através da barreira cuidasse do mesmo. Entendo...

Uma das palmas ainda tocava o solo quando os lábios arquearam ainda mais. Já tenho o suficiente. Passei a tocar o chão apenas com a ponta dos dedos e, com a outra mão, formava um selo rente à face. A fina camada de água sobre o campo expandia-se ainda mais, aumentando por mais alguns metros.  

Bast;
450/265.

Considerações:

Itens:

Técnicas:

PERSEGUIÇÃO

Fitei-o de imediato. Desgraçado! A figura do garoto ascendia, pairando sobre os limites da muralha que se erguia nos arredores. Não esperei; apontei-o com o braço e criei outro tentáculo através da bolha que me circundava. O líquido disparava, aproximando-se rapidamente em linha reta. Fixava-o com os olhos continuamente. Gravava em minha mente a figura do adversário o qual a derrota se aproximava. Desejava, naquele exato momento, que as fugas incessantes e a necessidade de manter-se escondido fossem apenas preparações para algo maior. Esperava que a luta de verdade começasse naquele instante. Venha!

Pouco antes que o tentáculo alcançasse-o, o garoto iniciava outra fuga pelas extremidades da muralha. Não deixarei dessa vez! Flexionei os joelhos e disparei. O movimento da bolha mantinha fidelidade aos meus, os acompanhando sem atrapalha-los. Sentia o vigor ainda abundante em meu corpo. Podia sentir a energia de cada passo firme e ligeiro propagando-se pela sola dos pés até o final das coxas. Não havia me esforçado muito até aquele ponto da luta, usar minhas capacidades físicas ao máximo não fora difícil. Em pouco tempo estava aos pés do grande muro, não mais distante que dois metros.

Bast;
450/225.

Considerações:

Itens:

Técnicas:

FEROCIDADE

Estava prestes a terminar o arremesso das tarjas quando os metais colidiam contra a barreira, à minha frente. Inútil. Voltei os olhos ao fugitivo, apanhando-o em minha visão. Meu sorriso curvava-se ainda mais conforme a distância entre o tentáculo e sua presa diminuía progressivamente. Porém, com um movimento ágil e acariciado pela sorte, o Genin saltava em direção ao telão que exibia a luta para todos os espectadores. Neste momento, um lapso de raciocínio disparava em minha mente e o sorriso ruído pela esquiva do adversário tornou a dançar em meu rosto. – Essa foi quase. Aliviei-me nas palavras, interrompendo o movimento dos tentáculos.  

Estava prestes a mover meu braço quando a luminosidade percorreu o ar por trás do Genin. Virei o rosto instintiva e quase instantaneamente em reação ao clarão, cobrindo os olhos com o braço direito. De onde veio isso?! Não demorei e tornei a fita-lo novamente. Perdi parte de seus movimentos, o garoto já se encontrava pousando sobre o muro novamente.  Devo me atentar mais aos seus movimentos. Ele fez algo que gerou aquele clarão, provavelmente uma bomba de luz. E eu deixei passar. Evitar um curto-circuito com o telão foi uma boa percepção, mas deixar isso passar... um erro bobo! Não aguardei e movi o braço. Os tentáculos partiam novamente, perseguindo-o conforme o início de outra fuga.

Franzi o cenho enquanto meus olhos acompanhavam detalhadamente os movimentos do adversário. Nenhum detalhe escapará novamente! Esbravejei aos pensamentos. Observei-o atirando as shurikens e banhando-as em fūton. A mesma técnica daquela hora. Um selo era realizado por ele. Não o subestimei. Reforcei a barreira com a água remanescente em campo, absorvendo-a rapidamente. Não imagino ser necessário esse reforço, mas, é bom não subestimá-lo. O choque entre os projéteis e a barreira gerava uma sequência de explosões e impactos. Pude sentir a água reverberando, nada ofensivo. O que aconteceu?! Algo está diferente.

Retomei o controle total dos tentáculos de outrora, os quais ainda mantinham-se em perseguição e criei mais uma extensão idêntica através do aglomerado de água que me circundava. Desta vez, cerquei suas costas e frente com os membros extras. Apontei a mão restante em sua direção e, do piso banhado em líquido diversas bolhas emergiam. Não tem mais para onde fugir. Reforcei o sorriso no rosto, confiante em minha estratégia.

Bast;
450/140.

Considerações:

Itens:

Técnicas:

“You got to die a little” O canto baixo era abafado pelo vento intenso daquela altura, sob o telhado de um imenso prédio ninguém a ouviria repetir a música que lhe tocava tão fundo a alma. ”if you wanna live.”

Encarava a cidade com indiferença, as ruas vazias devido ao grande evento que acontecia. Um ou outro vulto se mostrava pelas casas, mas nada que parecesse de fato uma ameaça. Todo o foco estava no torneio, ninguém ali iria estranhar sua presença. Seguiu o olhar até a arena, os gritos da multidão se destacavam apesar da imensa distância. Pessoas de todo o mundo estavam ali, o que tornava a situação perfeita para o que viria a seguir; ela não estava ali a toa, tinha como objetivo principal plantar a semente da dúvida na mente dos cidadãos. Estavam de fato tão seguros quanto pensavam estar? Seus líderes eram realmente tão bons assim?

Bom, já que conseguiram induzir milhares de pessoas a aceitar esse sistema ridículo e mal planejado eles eram pelo menos bons palestrantes. Mas se dependesse da garota que cantarolava nos prédios desertos isso não duraria por muito tempo. Bastou olhar de relance para o Sol e perceber o horário para comentar para si mesma;

”É agora.” Saltou como se a altura não fosse um problema, o que de fato não era, enquanto realizava um único selo com as mãos. Ao tocar no chão uma dúzia de garotas semelhantes a ela acompanhavam a kunoichi. Seus clones estavam cientes do que fazer, e não se demoraram a espalhar-se pelas ruas vazias. Seus olhos negros emitiram um pequeno brilho enquanto se tornavam rubros, e toda a sua visão se modificava.

Estava pronta para a destruição.

A segurança da arena era reforçada, mas não esperavam um ataque massivo tão inesperadamente; os agentes ANBU presentes mal puderam reagir quando uma dezena de moças desconhecidas saltavam para o alto do estádio burlando o sistema de monitoramento. Quando se deram conta do que estava acontecendo já era tarde, cada um dos clones disparava duas kunais equipadas com um estranho objeto em suas alças. O pacote não passava de explosivos modificados, que dispersaram uma fumaça roxa por toda a arquibancada alcançando até mesmo a área onde os líderes das aldeias se encontravam. Se tratava de um veneno especial, perfeito para manipular a multidão enquanto a guerreira com seus clones cuidavam de seus alvos principais; os cinco kages reunidos.

A cortina púrpura era tão intensa que escorria para dentro da cúpula atingindo assim os participantes do evento; mas esse não era exatamente o foco no momento. Um genjutsu manteria as invasoras ocultas por um tempo, enquanto se dirigiam até o local alvo. Mas quando a multidão, ainda em pânico, começava a voltar a enxergar se assustariam novamente com a presença de uma chuva de bolas de fogo; tinham como objetivo fazer a arena entrar em colapso em poucos minutos, não importando quem ou o que estivesse tentando impedir.

INTERVENÇÃO

Olá jogadores, sejam bem-vindos a nova parte de nosso evento. As lutas foram interrompidas graças ao plot que entrará em andamento, e vocês serão os primeiros a experimentá-lo. Como genins vocês não tem a menor chance contra a invasora, é claro. Por isso o foco é outro; vocês devem fazer o possível para evacuar o prédio em chamas/veneno enquanto os Kages lidam com a kunoichi e seus clones. Façam um texto contando sobre como a intervenção os afetou, e como lidaram com os civis em perigo. É apenas One-Post, cada um dos lutadores faz o seu e está finalizado. Desejo a todos uma boa sorte, em caso de dúvidas peço que entrem em contato comigo ou com um dos staffs. O tópico de floods também tem essa função. Já adianto que não precisam defender o Katon, ele tinha como alvo o prédio em si. O Genjutsu é apenas para evitar que tentem atacar a kunoichi, realmente não recomendo. Evacuem o prédio salvando os civis e narrem também o efeito do veneno sob os seus sentidos.

Citação :

Missão Sem Rank
Evacue o prédio durante o ataque, salve a maior quantidade de civis que for capaz de ajudar.

Spoiler:

RAIO SOLAR

Apontava o oponente com o braço enquanto meus ataques estavam prestes a acertá-lo. Desestabilizei a consistência da minha técnica ao ouvir os gritos ecoando da arquibancada. – O que está havendo?! Virei o pescoço rapidamente enquanto a água usada em meus moldes ofensivos esparramava-se por todo o chão aos pés do oponente. Buscava os detalhes ao varrer com os olhos cada direção circundante. A névoa púrpura espalhava-se veloz pelas arquibancadas, engolindo os espectadores conforme se expandia. Passados poucos instantes, os atingidos pelo fumo caíam sobre os joelhos. – ISSO É VENENO! Gritei, tornando a fitar o Genin que combatia até o momento. – ESTAMOS SENDO ATACADOS! USE SEU FUUTON PARA DISSIPAR A NÉVOA! Elevava o nível da voz para que fosse ouvido através da gritaria desesperada das pessoas que corriam desorientadas por entre os assentos da arena. A seriedade da situação já apresentava-se na expressão em meu rosto.

Movi novamente os braços em busca do controle sobre o líquido em campo. Agachei-me repentinamente e surrei o solo com a palma de ambas as mãos após a execução de alguns selos. – SUITON: SUITEN HOFUTSU! Minha energia fora focada naquele movimento. Sentia o chakra mesclado à adrenalina e excitação correr por todo meu corpo, concentrando-se na execução daquele movimento. O grito rasgava pela garganta e exalava a força e concentração gastos naquele instante. Toda a água esparramada pela arena focava-se em um único ponto: a bolha em torno de meu corpo.

O aglomerado de água em torno de mim aumentava rapidamente. Além do líquido em campo, multiplicava a quantia o máximo possível através da umidade, até a bolha atingir o tamanho ideal para o plano formulado às pressas. Juntei os dedos, dessa vez sem exasperar palavras. O montante de fumaça explodia ao lado, no interior do líquido, trazendo ao campo minha réplica idêntica. Trocamos olhares e nossas cabeças acenaram simultaneamente em concordância. O clone partiu através de uma abertura, estendendo os braços em direção à água e levando metade dela consigo.

Dividimos nosso poder em duas direções; enquanto eu cuidava de um lado da arena, a réplica cuidava do oposto. Acenei e a água em meu torno mudou sua forma. A base da bolha esticou-se como uma espécie de tronco, elevando-me do solo por cima da névoa púrpura que se aproximava. Devo evitar respirar essa fumaça a todo custo. Acredito que minha bolha irá barrar boa parte, devo aproveitar-me dessa vantagem e agir! Pousei sobre uma parte da arquibancada ainda intocada pelo veneno quando meus olhos encontravam-se com o céu. – O-o que é... isso?! Vacilei por um momento, recuperando o foco rapidamente. Isso está parecendo um apocalipse. O céu ruía em bolas de fogo; desabavam como se partissem ao encontro de suas amadas, engolindo o ar e alimentando-se do oxigênio. Os efeitos disso sobre a plateia indefesa pode ser devastador. Não deixarei isso acontecer! Acumulei em minha expressão todo o ódio e incompreensão que ardiam em meu peito e explodi em ações.

Desfiz-me de toda a água em meu torno e direcionei-a em um movimento que varreu todo o espaço da arquibancada onde eu me encontrava. Espalhei o líquido por onde meus olhos alcançassem e os moldei em bolhas que engoliriam os civis quando em contato com seus corpos. Calculei os pontos de colisão da melhor forma possível e que as circunstâncias permitiam. Tenho que livrá-los das explosões diretas. Isso deve evitar danos fatais e protege-los de algumas queimaduras com a água das bolhas.

Observei as labaredas rugirem ao ar e aproximarem-se cada vez mais. Agora! Forcei todos os músculos dos meus braços e pernas. Puxei as bolhas com os civis como se uma corrente estivesse ligada a cada uma delas e me permitisse movimentá-las. – AAAAAAAAAAAAH! A tormenta de chamas invadia. As explosões arrebatavam as construções, atirando escombros para todas as direções. O calor das labaredas espalhava-se por todo o ar, alarmando a chegada das línguas de fogo que lambiam os assentos e derretiam o plástico. Cobria os olhos e nariz com o braço enquanto tentava enxergar através da fumaça e checar a eficiência do meu plano. Não contive a surpresa com a imagem de três ou quatro corpos esmagados e queimados. Mais ao lado, vários civis seguravam o fôlego no interior de uma enorme bolha fora do alcance dos impactos. Eu consegui nos livrar das chamas e das explosões colocando-nos em posições estratégicas e defendendo-os com as bolhas d’água. Mas não fui capaz de proteger a todos... Sentia a incapacidade das minhas habilidades pesando o corpo, ou talvez fosse apenas o efeito da falta de chakra.

Encarava as palmas das mãos fixamente. Minha mente era atormentada pela ideia da falta de poder e da incapacidade em proteger aqueles que mereciam. Eu preciso treinar mais. Eu preciso de mais... poder. Estava prestes a cair sobre os joelhos quando uma voz doce e encantadora reverberava através dos meus tímpanos. Neste exato momento tive a sensação de ser uma tempestade, e através das mais pesadas e escuras nuvens aquele som caloroso emergiu como um raio solar e se expandiu por toda minha mente. Não pude evitar direcionar o olhar desesperado ao foco daquela fala repetitiva que se tornava cada vez mais compreensível conforme meus olhos aproximavam-se da figura. – Ei... ge... ei geni... ei genin, acorde. Não perca a atenção! Retornei subitamente à realidade. Os pequenos cortes espalhados pelo corpo tornavam a arder. Droga. Não imaginei que seria alcançado por resquícios de escombros. Busquei por feridas mais graves, sem encontra-las. Encarei novamente a bela figura feminina que posicionava-se um pouco à frente, com postura defensiva e uma kunai em punho. O corpo estava coberto por um manto negro esfarrapado e seu rosto não passava de uma figura animalesca entalhada em madeira. – Quem é você? Perguntei inocentemente, anestesiado por toda graça daquela pessoa. – Eu sou... Em meio à fala, o lugar onde nos encontrávamos era atingido pelo choque de outra explosão. Porra! Nós iremos...

Tentei correr, mas senti o cansaço pairar sobre meus membros inferiores. Os joelhos travaram, as coxas enrijeceram e a visão escureceu por um momento. Veneno?! Levantei os braços pesarosos e os apontei contra os civis englobados pela água. Com o pouco de chakra que me restava, joguei-os muro abaixo ao lado exterior da arena, julgando coloca-los em posição segura. Os escombros invadiam e o lugar explodia. Sabia que aquele fora meu ato final e que meu corpo sucumbiria em meio aos concretos e labaredas, quando algo me rodeava firmemente. Os braços da mulher contornavam-me com beleza e seu salto nos livrara a tempo de evitar a destruição massiva.

Mal fui acariciado pelo alívio e o universo amaldiçoava-me novamente. Uma rocha disparava contra nossos corpos em alta velocidade. Ela não verá, está em seu ponto cego. Se eu usar isso é certo que irei... Juntei os lábios e cuspi um projétil. A escuridão tomou conta da visão e, antes que minha consciência se esvaísse por completo, senti o impacto do pedregulho contra nossos corpos. Merda... eu gostaria de conhece-la... Fui pego pelo vazio e silêncio.

Trouxeram-me lentamente à consciência. Descolei as pálpebras e o verde embaçado logo tomava forma. Encontrávamos em meio à floresta circundante de Konoha. Eu sabia, pois era o local onde treinava, conhecia-o como conheço cada risco nas palmas das mãos. A figura feminina de outrora banhava algumas ferramentas no rio à frente, limpando-as aparentemente. Ao meu lado uma senhora apalpava meu rosto, talvez para verificar a temperatura. – Como está se sentindo? Perguntou com voz rouca, desgastada pelo tempo. Ajeitei-me melhor no tronco onde encostava e coloquei o cabelo por trás da orelha. – E-estou bem. Um pouco dolorido, nada mais. A mulher mascarada aproximou-se ao notar minha consciência, parecia um pouco acanhada. – Como nós n- Antes que as palavras encerrassem, a dama colocou-se a falar. – Está tudo bem agora. Aquela meleca diminuiu o impacto e os danos da pedra, e a água das bolhas protegeu os civis contra a queda. Ajeitou a capa para trás e sentou sobre uma rocha ao meu lado, de frente à senhora. – Porém, você quase morreu por falta de chakra. No que está pensando?! Para sua sorte eu conheço alguns ninjutsus médicos, mas não sou muito boa neles. Consegui recuperar um pouco do seu chakra, o suficiente para que seu corpo dê conta do resto. Um riso tomou conta dos meus lábios. – Não é meleca. É água. Coloquei o indicador para cima, repreendendo de forma descontraída. – Água! Não pude ver por debaixo da máscara, mas poderia dizer que senti um leve sorriso.

Bast;
70/55.

Considerações:

Itens:

Técnicas: