O reforço do Hokage

I.

O frio lhe penetrava a alma de uma forma ainda mais cruel que aquela estocada que recebeu em batalha certa vez. Se encolhia no caso que lhe fora emprestado, abraçando o próprio tronco com seus membros extra a fim de recuperar um pouco de calor que lhe escapava aquela altura. De alguma forma acabou sendo o guia da expedição, sendo que ali era o mais baixo da hierarquia. Vá entender esses líderes preguiçosos. Seja por sua velocidade superior ou pelo seu já conhecimento a respeito da região Levi se encarregava de abrir caminho para os outros dois, e poucas coisas eram mais desagradáveis.

Ainda pior que da primeira vez que esteve ali, agora o silêncio entre os três era ainda mais denso então lhe restava apenas a distração de observar animais pelo caminho até se tornarem cada vez mais escassos. Tinha de parar para esperar os companheiros de tempos em tempos, aquelas criaturas tão desprovidas de qualquer agilidade; por mínima que fosse. A aranha se contentava com pequenas brincadeiras ou comentários a respeito da desenvoltura de ambos no quesito rastreamento, afinal não adianta de nada saber onde está o alvo se você é incapaz de alcançá-lo. Não é mesmo?

Disparava suas teias vez ou outra para passar o tempo, constantemente aguardando os dois ninjas da Folha pendurado de cabeça para baixo em alguma árvore qualquer. Tinha de se manter atento para não dormir pela falta de estímulo que recebia, ou deixava de receber no caso, e praticar sua mira com os fios era uma boa tática pelo que descobriria pelo percurso. De toda forma não fizera nada extravagante o suficiente para que fossem notados, prezando pela segurança da missão. Ainda estava sob a vigia do Hokage, como a tatuagem em seu bíceps cismava em lembrá-lo. Tinha de se manter nas rédeas, conter o impulso de prender a criança que o seguia em um casulo e deixá-lo para se virar sozinho, por exemplo.

Dentro do País do Ferro a situação seria um tanto diferente, e esperava do fundo de seu coração que o pirralho fosse proficiente em Katon para fazer algum tipo de fogueira quando parassem, pois de alguma coisa ele teria de servir. Algum tempo após cruzarem a fronteira sinalizou para que o bando se reunisse, havia uma pequena cabana abandonada no horizonte; algo que havia percebido em sua visita anterior. Estava a uma distância adequada do local onde a reunião ocorria, e um abrigo não cairia mal de forma alguma.

Esperou até ter certeza de que estavam sozinhos antes de entrar na casa, rústica e precária. Mas serviria para algum tempo. Seu piso era de concreto, o que parecia uma péssima ideia pelo frio; mas as paredes de madeira seriam acolhedoras. Restavam alguns poucos móveis, suficientes para se sentarem e decidir se permaneceriam ali ou continuariam vagando pela neve. Levi logo buscou uma cadeira, se encaixando com o apoio dela em seu abdômen; sua cabeça encostava nas mãos cruzadas sobre seu ponto mais alto.

Aguardava os outros dois se instalarem, seguindo-os com o olhar para só então comentar;

— E ai, quem vai ser o primeiro a buscar calor humano? Um pequeno sorriso surgia ao canto de seus lábios, a malícia era óbvia e só esperava que a dupla não fosse tão entediante como fora até agora.

600.500

. Saída
. Mantive os status de Chunin só pela lógica mesmo.

Spoiler:

A CABANA
primeira página

Tetsu no Kuni. O grande tapete alvo cobria tudo que seus olhos alcançavam. Suas sandálias afundavam no branco a cada passo que dava país à dentro. O toque gélido da neve na ponta de seus dedos lhe causava o desagradável arrepio e provocava a ligeira ardência que tanto incomoda. O cenho franzido não escondia o quão desgostosa lhe era a diferença climática. Sua velha o avisou.
　　O corpo resfriava-se, mas a mente fervia. Seus olhos atentos notavam o rastro que cada passada do trio deixava. Todo o caminho trilhado no Ferro estava registrado e assim ficaria até que os sopros congelantes desfizessem o registro. Permitiu que o aranha tomasse a frente na viagem. Havia informações que o Morino poderia dar a respeito do país, mas o outro parecia saber exatamente para onde ia. Seguia-o até a cabana.
　　Um dos quatro braços tomou a frente e o aranha girou a maçaneta. A porta revelou o piso de concreto, mas as paredes certamente os manteriam aquecidos por algum tempo, não para sempre. Levi parecia estar em casa de tão a vontade, como se conhecesse o lugar perfeitamente.
　　── Ei, quem vai ser o primeiro a buscar calor corporal?
　　Concedeu-lhe uma resposta mais fria que a própria neve: deu-lhe seu silêncio. Destapou sua cabeça e caminhou até um dos cantos do pequeno abrigo provisório. Repousou suas costas e fitou seus parceiros com serenidade perturbadora. Por baixo do abrigo, suas mãos esfregavam suavemente os braços buscando o calor. Pouco a pouco sua respiração deixava de ofegar e normalizava e sua mente acelerava, tornava-se mais afiada e analítica, buscando aquele passo à frente.
　　── Naoto... ── eis que rompeu a própria quietude ── O Nidaime disse que você possui informações fundamentais para nosso melhor posicionamento.

　　Lançou o olhar;
　　Transparente, indiferente.
　　Kanchi.
　　O fim do prefácio;
　　O início da tarefa.

　　── Eu gostaria de ouvir sobre.

1000/1050

BOLSA DE EQUIPAMENTOS (Grande):

USADOS & ATIVOS:

A aranha tomara a dianteira e isso era ótimo, afinal não era a situação que o doutor queria para si. Tanto eu quanto ele temos conhecimento sobre o terreno, então não há problemas em deixar ele brincar de escoteiro. O País do Ferro se manifestava no mapa na forma de uma grande mecha grisalha, estendendo-se por todos os lados com o seu terreno alabastrino. Encolhia-se dentro do interior forrado de lã da sua jaqueta rubra conforme a copa das árvores se mostravam mais e mais carregadas de neve.

Pensara em canalizar sua energia sensorial, no entanto era de se esperar que o seu líder possuísse um atributo desses para comandar a tarefa. Naoto se retraíra num determinado ponto do percurso e apenas os mais íntimos sabiam o que significava: ele calcularia os próximos passos com todo o cuidado para não tropeçar nas pernas. Puxou o gorro do moletom por baixo e protegeu as suas orelhas do frio, naquela temperatura o sangue parecia circular com muito mais vigor enquanto a sua carne endurecia e retraía.

Logo se reuniram numa construção modesta e aparentemente abandonada que se mostrou útil para recapitularem o plano. Na cabana se prestou a ignorar todas as picuinhas e descontrações, não existia distração antes de uma cirurgia, apenas precisão e concentração. Absorveu as palavras do seu líder, pequeno líder. O bolso esquerdo forrado aquecia a região do oblíquo e mantinha uma série de observações interessantes anotadas num pergaminho escuro que se destacava sobre sua palma pálida e dedos longos. Estendera o conteúdo sobre uma superfície qualquer e deixou para que o gênio Uchiha analisasse a situação.

Full

obs; desculpa o post preguiçoso, tô corridão e cansado... o pergaminho tem tudo o que tu precisa saber sobre a região, lugar da reunião,
caminhos que eles podem ir para aldeia deles, altura da montanha, etc.

001

- Voltem para Konoha, tenho negócios a tratar antes de retornar. Awashi, aguarde minha chegada em descanso, terei algo importante para você. Foram minhas últimas palavras aos guardiões antes de transformar-me em réptil e rastejar pinheiros adentro. Em certo ponto, quando distante o suficiente das acomodações recentes, retornei a forma original. Seria mais fácil se tivessem me contatado... O estalo abafado ecoou quando desloquei o maxilar, mirando abertura da boca para frente. Serpentes sibilaram e dispararam; dezenas, centenas delas. Deixavam o interior do meu corpo ao espalharem-se por toda a vegetação. Minutos levaram-nas distante o suficiente para que seus rastejares encontrassem os outros três. Menos da metade do tempo gasto na ida fora desperdiçado na volta. Oh, então vocês também encontraram isso...

- Uma cabana?! Deixei que a voz ecoasse pouco antes do meu corpo ascender à luz da porta. – Pela falta de visão de vocês, eu poderia explodi-los e sequer saberiam de onde o ataque veio. Retirei o chapéu e abanei-o no ar. A neve derretida da viagem até ali secava aos poucos. – Bom trabalho. Farei um discurso sobre a reunião para todos os jōnins quando retornar à vila. Por ora, me satisfarei com o relatório e informações coletadas nas missões. Repousei as costas contra a madeira envelhecida da parede enquanto a cobra informante em meu ombro rastejava ao interior da capa enegrecida. O chapéu repousava na mão esquerda.

Bast;
1.525 CH | 1.800 HP

Considerações:

Equipamentos:

Descrições:

Armas:

II.

Já se preparava para revirar os olhos pela entediante reação da dupla, quando eram interrompidos pelo próprio kage que bravejava algo sobre "o local ser inadequado" ou algo assim. Isso porque ele a momentos atrás estava no prédio central do País, e não largado na neve como os ninjas ali reunidos. De toda forma, Levi se ergueu espreguiçando-se para refazer o percurso agora em direção a Folha; e ao menos dessa vez esperava que nada mais surgisse no caminho, não aguentava mais as péssimas companhias.

600.500

. Saída
. EU ODEIO SEUS PERSONAGENS achei que vcs tinham largado os chars frio-calculista-edgy em 2010, um inferno fazer rp com gente assim.

Spoiler:

Entreguei os pergaminhos para o líder e esperei outras ordens.


Full

A SOMBRA
segunda página

O frio castigava a todos os três. Sua habilidade não dava brecha para emboscadas ou perturbações despercebidas, podia claramente sentir as presenças na reunião. Seus olhos distraiam-se num passeio pelo pergaminho que Naoto estendeu para si. As mãos esfregavam os braços enquanto parecia decorar as distâncias dos locais apontados no mapa para a cabana onde se encontravam.
　　Deixou o pergaminho aberto a sua frente, enquanto tornou a repousar suas costas contra a parede. Sua mente não preocupava-se com nada, não torturava-se imaginando as piores situações ou tampouco se iludia com as melhores. Mantinha a serenidade que se expressava no olhar, deixando sua quietude perturbar àquele de aparência mais peculiar.

　　Segundos, minutos, horas;
　　Não há relógio, mas o tempo não para.
　　Em silêncio, gritava.
　　Finalmente!

　　Dispersaram-se todas as presenças. A maioria já estava fora do alcance de sua técnica, apenas um elemento pareceu tomar um rumo diferenciado. Não alvoroçou-se, nem sequer alarmou seus companheiros. A assinatura do chakra de quem se aproximava lhe era familiar.
　　A porta rangeu em seu abrir.
　　── Pela falta de visão de vocês, eu poderia explodi-los e sequer saberiam de onde o ataque veio.
　　Aquela voz invadiu o ambiente, perturbou a calmaria, mas não denunciou o ser. Ele já sabia quem era. Sequer voltou seu olhar para o homem, apenas permaneceu a admirar os flocos de neve que caiam dos céus pela vidraça de uma janela velha.
　　── Eu sabia que era você, não havia porquê os alarmar, Nidaime...
　　── Bom trabalho. Farei um discurso sobre a reunião para todos os jōnins quando retornar à vila. Por ora, me satisfarei com o relatório e informações coletadas nas missões.
　　Não sentiu-se interessado em voltar o olhar para a sombra. Ouviu os passos do aranha o guiarem para fora do abrigo tão logo o líder terminou de falar. Ouviu o som das mão do médico apanhando os pergaminhos que antes lhe foram exibidos, agora para o Hokage. Continuou mais entretido com o branco que tomava aquele país, mas não ignorava os demais consigo. O fascínio pueril o tomava, tinha instantes de sossego para enfim poder apreciar com os próprios olhos aquilo que sua avó já um dia lhe contou sobre. A Tempestade alva.

1000/1040

BOLSA DE EQUIPAMENTOS (Grande):

USADOS & ATIVOS:

002

Fechei os nós dos dedos em torno do pergaminho entregue pelo rapaz calado. Acomodei o papel no interior da capa e meus olhos foram de encontro com o recipiente do selo. – Levi... Os lábios dançaram, incapazes de conter a excitação acendida pela criança. – Peço que fique disponível ao retornar à vila. Terei assuntos a tratar com você. Mirei o outro que acariciava com os olhos o branco da vegetação. – Você também, Rūkasu. Tenho incumbências importantes aos seus olhos... Juntei dois dedos e o selo no braço do Chūnin desfez-se. A sensação gélida alastrar-se-ia por todo seu membro. Deixei a passos lentos o amontoado de madeiras que formava o abrigo.

Bast;
1.525 CH | 1.800 HP

Considerações:

Equipamentos:

Armas:

O ADEUS AO BRANCO
terceira página

── Você também, Rūkasu.
　　A voz da sombra ressoava, agora falava diretamente com ele. Seus olhos não mudaram o foco, o namoro permaneceu; o preto mergulhado no branco.
　　── Tenho incumbências importantes aos seus olhos...
　　Manteve seu silêncio, sequer correu os olhos. Deu pouca atenção, mas o líder poderia ter a certeza de que sua mensagem fora bem recebida. Aguardou até o momento em que estivesse a sós consigo mesmo, quando o único a lhe fazer companhia fosse o frio. Um a um eles saíram e ele conseguiu a paz que desejava.
　　Seus olhos voltaram-se para a porta aberta. A neve caia e a hora do adeus ficava cada vez mais próxima. Os pés descolaram do solo, o caminhar era cheio de pesar. O vento gelado lhe tocou cada centímetro da face, uma sensação que era de seu agrado. A Tempestade branca. Seus passos marcaram a neve uma vez mais. Como a brisa que lhe acariciava, cintilou país a fora.
　　Adeus, branco.

1000/1030

BOLSA DE EQUIPAMENTOS (Grande):