Saída; Makoto & Pearl

O céu estava estranhamente belo naquela manhã de poucas nuvens e muitos pássaros. Essas pequenas coisas ele mal tinha tempo de aproveitar, afinal passava os seus dias trancafiado em livros e emergências pras quais era solicitado a cada instante. Às vezes questionava-se sobre sua própria vocação quando se lembrava do tempo que ela tomara da sua vida, mas logo era colocado a prova para concluir o que já sabia: era o melhor nisso.

Antes de deixar as fronteiras do seu bairro, conferiu as suas armas para se certificar do arsenal que trazia consigo. Uma espada, pílulas de soldado e uma bolsa de ferramentas carregada. Na realidade Naoto não era muito apegado à acessórios, costumava evitar qualquer coisa que não fosse os seus punhos quando está numa luta.

Ter com ele um subordinado não era de bom tom; costumava exigir desses nada menos que precisão cirúrgica. Ali, envolto num manto que esvoaçava ao redor dos seus tornozelos, ele não parecia o famoso médico do País do Fogo e sim um ninja pronto para cumprir a sua função. — Levi-kun, preciso que atente-se aos animais e plantas quando estivermos lá, eu observarei o terreno enquanto me certifico de que não há outra presença além da nossa. — Lançava um olhar sobre o ombro para mirar cuidadosamente o rosto do seu aliado e medir sua reação.

No regime de batalhas que estava, Naoto só queria uma missão genérica onde tivesse que surrar duas dúzias de capangas comuns com alguma proficiência na arte ninja para tornar as coisas interessantes... Estar viajando para analisar o perímetro da sede da reunião era entediante, mesmo que ele entendesse a importância disso.

Por mais que mantivesse uma velocidade considerável ao se deslocar pelas instâncias da vila, atravessara o portão recapitulando sobre o seu dever: precisão, discrição e velocidade. O chunin mandado consigo deveria constituir um seleto grupo de jovens promissores, as crianças mais enérgicas da sua geração. O jovem Morino estava feliz por ver a vila dando frutos como ele. — É a primeira vez que saí da vila em uma missão? — Um assunto descontraído não seria de todo ruim, afinal os dois ainda estavam em sua terra natal.

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I.

Era estranho estar sob as ordens de um completo estranho, e para Levi essa situação era um tanto incomoda. Coberto por seu longo manto de sempre ele saltava pelos obstáculos ao encalço do iryou-nin que sabia o caminho. Permaneceu calado grande parte do tempo, assentindo aqui e ali para que não desse a impressão de estar distraído.

Embora o estivesse.

Aquela região lhe trazia algumas memórias que preferia não relembrar, coisas que deveriam ter sido enterradas no passado e jamais cruzar essa fronteira novamente. Mas seus fantasmas tinham de ser jogados para o lado, pois agora lhe era confiada uma espécie de objetivo; manter fora do caminho animais e plantas perigosas para que pudessem trafegar com segurança.

— Sem problemas, Naoto-sama. Murmurava, franzindo o cenho para a curiosa tarefa. Com o auxilio de suas teias passava a deixar pequenas teias que poderiam alerta-lo com antecedência a qualquer movimentação estranha na região. Segurava os fios entre os nós dos dedos até onde começassem a perder a sensibilidade pelo tamanho exagerado, e então eram substituídos. Enquanto refazia o ciclo parecia que o líder planejava matar um pouco do tempo com interações, ou talvez só quisesse rondar o estranho garoto de quatro braços.

— Não exatamente, já saí em outras missões. Mas nunca por essas bandas, na verdade.

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