[Rank D] Suzume

Brincando com o Cachorrinho:

Como fazia toda manhã, abria seu livro favorito e lia pelo menos um capitulo. O silencio reinava na região. Era apenas seis horas da manhã e o calor da Areia já fazia escorrer as primeiras gotas de suor. Levantou, deixou o pijama percorrer a pele e cair no chão. Nua, enrolou algumas bandagens no seio e se vestiu novamente. Se virou para o espelho e, com uma faca de arremesso, cortou as pontas do cabelo recentemente tingido de castanho escuro. Diferente do pai e da mãe que possuíam longos fios ruivos, Suzume, gostava de mudanças. Tingia o cabelo de castanho para se sentir mais a vontade consigo mesma, queria criar sua personalidade como Suzume Uzumaki e não apenas como uma outra Uzumaki.

Deixou o quarto indo direto para a cozinha preparar o café para todos da casa. O costume de acordar antes dos outros era algo que trazia desde os tempos de Estudante. Os pais acordavam com o aroma do café e logo se sentavam a mesa. Ambos eram recebidos com um beijo carinhoso na testa. Suzume os amava incondicionalmente, a demonstração de carinho era frequente.

_ Estou saindo, vou me encontrar com o Sensei. Ele prometeu me entregar as primeiras missões hoje. _ Dizia enquanto levava a caneca de café até a boca. Olhava entre a porcelana esperando alguma reação dos pais. Não poderia ser melhor. Ambos se alegravam com a noticia e incentivavam a garota, pareciam até interessados em um possível romance com o Sensei. Assustada, Suzume, arregalou os olhos quase cuspindo todo o café quente no rosto dos dois. Estava corada e não conseguia reagir, terminou o café e lavou a louça da manhã.

_ E-estou de saída, tchau tchau. _ Apressada, recolheu sua bolsa e colocou seu protetor de testa. Saiu pela porta da frente enfrentando o forte sol logo após o primeiro passo para fora da casa. Estava quente mas a Areia já conseguiu alcançar temperaturas mais altas. Iria sem demora para o Gabinete. O Sensei era um homem alto e até charmoso, porem, não tinha a fruta que ela gostava. Chegando até ele, curvou-se em respeito. A troca de palavras foi rapida, ele parecia atarefado e não tinha muito tempo disponível AINDA BEM e, para a sorte dela, não iria receber cantadas hoje.

Abria o pergaminho e, mesmo se deparando com uma missão de Rank D das mais simples possíveis, deixava um sorriso escapar. Sabia quer teria que começar de baixo e ir subindo conforme adquiria experiência. Não bastava ser boa na teoria, a pratica era indispensável. Apertou o passo indo para a casa de Ikky. Assustada com a aparência do outro recuava um passo, ele estava acabado e com umas olheiras enormes. Ela se curvava.

_ Meu nome é Suzume e vim aqui para garantir seu sono. _ Explicava a situação. O homem parecia animado com a noticia e seu cachorrinho também. Como ainda era de manhã, resolvia passear com o animalzinho pela Areia. Carregando o cachorro no colo, ela foi caminhando pela rua da Aldeia enquanto o comercio começava a abrir e as ruas aos poucos se tornavam mais movimentadas. Aguentava uma sequencia de lambidas no rosto e ria com todas. Não aguentava a fofura e carinho que o cachorro transmitia.

flashback i
Já era a hora de parar e descansar. Sentava em um banco protegido do sol e ficava com o cão no colo. Ela o acariciava enquanto, distraída, se lembrava de coisas passadas. Dias e dias estudante, estava praticamente entregue aos livros e quase ''obrigada'' a enfiar aquelas informações na cabeça. Comei a me sentir uma maquia, perdendo sentimentos e sensações. Estava ''programada'' a ler e me dedicar ao máximo pela honra do Clã Uzumaki. Honrar os fios ruivos, honrar meu nome.

_ NÃO! _ O fechar dos livros e a revolta comigo mesma trouxe a tona quem eu sou hoje. Cortar o cabelo e tingi-lo marcava o inicio de uma nova era, uma nova Suzume. A lembrança do primeiro corte feito no cabelo a retirava do flashback, agora tinha outra problema, o cão teria escapado do colo e estava correndo atrás da uma carroça de mercadorias. flashback f

Estava em risco a primeira missão da jovem Genin. As pernas ''ganhavam'' vida própria e corriam. Os braços estavam leves e iam levemente para trás durante os passos dela. Desviava das pessoas que andavam pela rua e em um salto, o corpo dela percorreu a areia e agarrou o filhote. O protetor de testa caia deixando seus lisos fios castanhos sobre o rosto. Abraçou o cachorro aliviada.

O tempo passou após o susto. Retornava para a casa de Ikky quase tarde da noite onde, cansado, o cachorro dormia nos braços da menor. Entregava o cão e também dormiria assim que chegasse em sua casa.

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Professora Substituta:

Durante os dias que se passavam após minha última missão aos poucos refleti sobre o que aconteceria daqui pra frente. Ajudar as pessoas a se descobrirem como Shinobi estava se tornando uma coisa frequente nas missões e, gostando dos resultados, parti para mais uma missão que tinha um objetivo parecido. Durante um rápido encontro com meu antigo Sensei da academia, pedi para o mesmo uma missão e, coincidentemente, havia uma vaga disponível como professora na Academia. Com felicidade aceitei a missão e me preparei já que a missão pedia minha presença no mesmo dia. Me despedi me curvando levemente para ele (sensei). A academia ficava a alguns minutos de caminhada e, com as passadas lentas, comecei o caminho. O sol estava forte como todos os dias na Areia, meu quimono bege me protegia dos raios mas não do calor que fazia as gotas de suor escorrerem da têmpora. A Academia podia ser vista de longe, a construção alaranjada e o enorme kanji pintado na mesma entregava a instituição. Com a postura ereta, caminhar suave e olhar sereno, fui entrando na Academia apresentando o pergaminho da missão para os superiores. Assim que fui autorizada a entrar na sala, esperei o tempo certo e me adiantei. Estava ali antes dos alunos.

Um por um os alunos preenchiam as cadeiras vazias da sala. Intrigados com a falta do professor efetivo, mantive postura e me apresentei como a substituta do dia. Talvez por preconceito ou somente birra dos alunos, não fui totalmente aceita e até mesmo ofendida com as palavras de um dos meninos da sala. A mão destra foi levantada na altura da boca utilizando-a para tampar as tosses que vinham para limpar a garganta. Utilizava daquele espaço de tempo criado para avaliar, com os olhos, toda a sala. Admirando as mentes jovens dos estudantes da Areia busquei um giz e movi meu corpo ao modo que ficasse de frente para a lousa. Com movimentos suaves o giz percorreu a lousa desenhando um corpo humano contendo a tenketsu. Pousei o giz no suporte do quadro, me virei para explicar.

_Esses são os pontos de pressão do nosso corpo. É através deles que liberamos nosso chakra, mais facilmente através das mãos e dos pés. Eu queria alguns voluntários para uma técnica que vou demonstrar, alguém interessado?

Quis acreditar que aqueles três garotos estavam ali pelo ensino e não por ter uma professora jovem na sala. Deixei todos um ao lado do outro, mesmo percebendo que me olhavam estranhamente, voltei ao meu lugar e descrevi a técnica na lousa. No quadro estava resumido os conceitos do Henge, de frente para a sala fiz os selos necessários. Utilizava um dos garotos como exemplo e assumia a sua aparência. _É a vez de vocês três, repitam a técnica._

Queria cair para trás, dar um soco na cara dos três ou sair correndo de vergonha. Meu rosto avermelhado e quente mostravam minha timidez. Os três se transformavam em mim, porem, a transformação não imitava minha roupa, pelo contrario, estavam sem ela. Utilizando as mentes jovens, minhas curvas eram exageradamente maiores. A sala ria enquanto o grupo desfazia a transformação. A voz dos pivetes soava como provocação. _A gente já aprendeu isso, Sensei._

Salva pela sino, o desespero das crianças com aquele barulho as fazia sair da sala e lotar o pátio com suas comidas e brincadeiras. Sentei para respirar, precisava aos poucos assimilar o que poderia ensinar para aquelas crianças. Foi como uma luz que se acendia na escuridão. Procuraria por alguns alvos de madeira na academia e, durante o intervalo, distribuiria os alvos pelo pátio da instituição. Pedi para a turma ficar no local enquanto as outras entravam em suas devidas salas. Posicionando-os no lado oposto aos alvos, demonstrei os arremessos. Com precisão, lançava shurikens nos alvos, acertava o centro dos suportes de madeira. Dentro da instituição, recolhi algumas shurikens de madeira para evitar acidentes. Se empolgaram, parecia que esperavam por uma ''ação'' durante o ano todo. A aula no pátio durou até o final do dia, recebi desculpas pelo acontecido na sala e me despedi das crianças.

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Equipamentos:

Equipamentos Ninja:

Estava a caminho da casa quando um jonin corria entregando um pergaminho. Sem muitas explicações apenas disse que era com urgência, lendo o pergaminho reconheci que era uma outra missão de Rank D. Corri até a forja da vila, local onde eram feitas as armas que os Shinobi usavam diariamente. O ferreiro logo deu as caras. Um homem de idade mas de aparecia forte e saudável, fui até o mesmo e entreguei o papel de missão para lhe explicar o que estava fazendo ali. _ Ora ora, estava esperando alguem mais... forte. Venha, garotinha, deve ter algo que você possa fazer aqui. _ O local cheirava forte, o cheiro da fornalha para aquecer o metal, as cinzas e a pouca higiene que aquele local devia ter. Fui levada até uma área com algumas caixas que pareciam ser extremamente pesadas e quase impossível de se carregar mas aquele velhote carregava com toda facilidade e jogava em meus braços. O peso da caixa jogou meu corpo para baixo e me deixou bem curvada. _Ele estava louco?_

_Como ele consegue?_ Que tipo de monstro era ele? Meus olhos mostravam um certo desespero a cada passo que dava com aquela caixa nos braços sentia meu corpo querendo desistir e cair no chão como se virasse uma boneca de pano. Minhas pernas estavam tremulas e comecei a sair da forja bem lentamente imaginando em todo caminho que teria que percorrer até o arsenal da Areia. O mais importante era terminar a missão, voltar para casa, ler meus livros, cortar o cabelo e quem sabe retocar o castanho; A cada passo a dor aumentava e não conseguia aguentar carregar aquilo, soltei a caixa no chão e me sentei encostada nela respirando profundamente sentindo o suor escorrer pela tempora. Usava um ponto de chakra nas pernas e ia lentamente empurrando a caixa com as costas. O chão da aldeia ia se riscando com o movimento da caixa, as pessoas olhavam preocupadas mas ninguém se levantava para me ajudar.

Demorou vários minutos, demorou mais tempo do que pensei. Chegava na Academia e fui recebida por um jounin que me entregava um certificado de que tudo estava entregue. Parte das armas da caixa foi recolhida pelo responsável do local enquanto a outra parte estava encomendada para os Times Ninjas. Agora muito mais leve, consegui levantar a carregar o material até a sala de reuniões. Lá, deixei com um dos guardas e ele entregava o certificado que oficializava a entrega das armas. Não tinha tanta energia para voltar correndo até o ferreiro então fui caminhando lentamente até encontra-lo no final do dia recebendo seu agradecimento e um onigiri para mim comer na viagem de volta. Pensava em um longo banho e horas e horas de leitura. Finalmente um descanso no dia.

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