[RP Aberta] nonsense

A roupa escura era proposital, realçava o branco do meu cabelo. Sempre gostei das caminhadas noturnas nos becos da Folha, porem, alguma coisa me irritava naquela noite. Seguindo o mesmo caminho que fazia nessas caminhadas, fui para as tabernas. Me sentia confortável com as musicas barulhentas e as brigas de bêbado que frequentemente acabam fora dos bares. Como esperado, outra briga de velhos bêbados.

Ignorei, não esperava muito daquela noite. Dei as costas para a taberna e segui o beco que daria para uma rua qualquer da Aldeia. Chutando pedrinhas, pegaria uma apenas para brincar de arremesso. Queria me distrair. Heróis, invasão, morte. Que merda é essa? É um bando de retardado... Pensava irritado. Atirei aquela pedrinha contra uma janela qualquer e continuei caminhando como se nada tivesse acontecido.

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Yera Bejide. 1600. 900.

A noitada havia sido incrível: álcool, uma bela briga e o cenário destruído com a mistura diabólica dos ingredientes anteriores. Perdia-me absorto em pensamentos nas ruas tão conhecidas da vila, tragando a morte entre os meus dedos suados e cheios de cicatrizes. Era mais uma noite esperando a morte me envolver em seus braços frios e esqueléticos, o inevitável destino dos homens.

Uma doença desconhecida pelos médicos corroía minhas entranhas e o seu mal não era conhecido, sabiam do meu fim cada segundo mais próximo, mas não era assim que acontecia com todos? Viver nunca foi mais do que uma fila de espera, aguardando a força da alma se esvair lentamente. Mais um trago, amargo e longo, tão curto em contrapartida. Se tornava mais amargo quando se aproximava do final, assim como eu ficava mais antipático ciente da minha existência efêmera.

Para onde iria quando meus músculos atrofiassem e a minha mente já não conseguisse processar informações? Por que não findar-me e encontrar as respostas para as minhas perguntas? Ou pior – e o que eu mais temia – um silêncio inevitável que contrastaria com o ritmo agitado que eu levei durante a vida. Destilados e tabaco eram o calar do meu ser, seriam eles uma amostra do que seria sucumbir? Tangendo nessa suposição simplista, não me parecia tão horrível assim. Todo o bem que fiz, às vezes que me proclamaram herói salvando pessoas que com certeza morrão. Nesses atos eu acumulava dinheiro para me internar em álcool, agonia e nicotina. Teria eu vivido pela morte desde o princípio?

Continuei os passos, nem me preocupava se o vidro quebrado durante a noite fosse trazer consequenciais no dia seguinte. Ao meu lado surgia um ser encapuzado, era como uma sombra que me seguia e só eu podia ver. _ Tsc... resolveu aparecer? _ Questionava a presença do outro, aquele ser que vivia dentro da minha mente.

Matar? Quem? Agora? Está ficando louco? Uma pedra? Ok. Avistava um homem saindo de um beco qualquer. Joguei uma bala em minha boca e a deixei derreter. Busquei outra pedra no chão. Apertei o passo, coloquei a perna esquerda na frente da direita e com a destra arremessei aquela pequena pedra. Visava a nuca do outro. Se acertasse, continuaria andando calmamente.

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Yera Bejide. 1600. 900.

As crianças costumam ser inconsequentes, as massas sempre são mais quentes quando são retiradas do forno. É uma pena que, bolo e os seres humanos, tenham uma inclinação surreal para o resfriamento e só antes de ser consumidos tendem a aquecer novamente, mas sem chegar perto do calor que omitia no começo. Tão frio e rígido. Tão perdido me perguntando sobre os mistérios da vida que, num piscar de olhos já estava a vinte anos sem respostas.

O isqueiro resolveu passear fora do meu bolso e me abaixei para pegar entre as pedrinhas batidas que asfaltavam a humilde vizinhança, quando uma delas decide passar paralela à minha nunca enquanto me curvava. Gozando da minha velocidade, assim que lançasse um olhar de soslaio para descobrir o pestinha, acometeria em sua direção o mais rápido possível. A minha intenção era acertar uma joelhada no seu estômago para que enjoasse, pegaria-o pelo pescoço em seguida e suspenderia no ar. É claro, teria certa insistência nos meus movimentos e não deixaria de tentar.

Que velhote sortudo, abaixou bem na hora Já estava pensando em pegar outra pedrinha e lançar em sua cabeça. Antes mesmo de conseguir procurar a nova lasca de pedra, tive quaisquer movimentos interrompidos por um chute direto no estômago. A velocidade do negão estava além da compreensão, antes de cair ajoelhado fui suspenso no ar. A dificuldade de respirar borrava minha visão, o golpe no estômago gerava enjoo e o enjoo gerava vomito.

Vomitava, saia rápido da minha boca e iria pouco centímetros para frente, tentaria mirar o rosto do outro. _ M-me solta, seu velho viado! _

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A pequena e ágil serpente rastejava por entre as rochas até alcançar as pernas do rapaz que suspendia outro garoto no ar. Sibilava, atirando-se contra suas canelasa na tentativa de enrolar-se e deslizar até o alcance das mãos do ninja. Carregava nas presas um pequeno pergaminho com uma tag fixada: "URGENTE!". O selo que lacrava o rolo continha a marca pessoal do Hokage, gravada em cera.

Conteúdo

Jōnin Yera, comparecer imediatamente ao gabinete do Hokage.

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Hebi;
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Yera Bejide.
1600.
900.

Com os dedos marcando a garganta do infeliz, seu cenho franzido revelou o enjoo.  Descrevi um balanço com meus ombros e quadris apenas para arremessar o menino contra uma parede... o mais forte possível. — Você é corajoso, moleque. Idiota, mas corajoso. — Interrompi minha fala, olhando para o início do refluxo que por sorte não tinha me atingido em lugar algum.


— Você é interessante, garoto. Me procure quando seus ossos voltarem para o lugar que terei algo interessante para você. — Abruptamente senti algo serpenteando do meu tornozelo até as minhas mãos, onde deixou um pergaminho que revelava o chamado do Nidaime Hokage. Saí o mais rápido possível.