• Média Rank S para Nero e Athos •

PARA PROTEGER
primeira página

Uma revigorante noite de sono se encerrava com os raios de sol invadindo a janela do quarto em que se hospedou. Abria os olhos com alguma dificuldade, perturbado pela claridade. Espreguiçou o corpo antes de coçar os olhos com as pontas dos dedos. Piscou uma, duas; piscou três vezes até que sua vista se acostumasse com o dia que raiava. Se sentou na cama antes de levantar-se de uma vez por todas e seguir em direção ao banheiro.
　　Despiu-se, entrou debaixo do chuveiro e deixou a água quente correr por todo seu corpo. Como magia, pouco a pouco os jatos iam levando a indisposição ralo abaixo com as impurezas do corpo. Longe de casa, trabalhando para outra vila, mas uma função em comum: proteger. Seus olhos observavam a água escorrer corpo abaixo, o vapor subindo a medida que o líquido estourava no chão; seus olhos viam sem dar atenção. Sua mente estava em turbilhão.

(memories: on)

　　Repousava no tronco de uma árvore, numa pequena sombra que cedia conforme o Sol se rendia à rainha da noite. O corpo suado, o olhar brando. Mirava o horizonte, encantado com o espetáculo orquestrado pela natureza; uma pequena porção de paz. Passou o dia no Campo de Treinamento Número Três, não mais podia se dar ao luxo de achar que está bom o suficiente — nunca pudera — e treinava dia após dia. Sua genialidade não lhe banhou em arrogância, sabia bem que a comodidade poderia matar.
　　Sua mente estava tranquila embora o físico estivesse exausto. A respiração ainda era um pouco ofegante mas acalmava-se conforme o relógio cantava os segundos. Seu coração não descompassava, seu espírito estava em paz. Fazia por eles, para protegê-los, como sua avó.
　　Anjo...
　　Uma brisa acariciava seu rosto delicadamente, destacava sutilmente seus fios de cabelo e o refrescava. Havia sentido uma presença se aproximar já fazia algum tempo, apenas aguardava por sua chegada. O olhar que parecia vidrado correu sem euforia para o lado, sabia que alguém viera perturbar seu momento.
　　── Rūkasu-san.
　　Uma voz e um rosto conhecidos se revelavam. O ANBU da máscara de gato se apresentava como da primeira vez que se encontraram: agachado e de cabeça baixa, num cumprimento respeitoso e formal até demais. Não disse uma palavra sequer para o visitante, nunca precisou gastar saliva com os caçadores.
　　── Recebemos um informe de caso parecido com o da Floresta Sombria, desta vez em Iwagakure. O Tsuchikage-sama solicitou apoio a nós e o Hokage-sama deseja que você vá nesta missão.
　　── ...
　　O caçador parecia compreender o silêncio do jounin; sacou um pergaminho com detalhes precisos da missão e o estendeu. Ele apenas o apanhou e violou. Era maior que os demais: não somente os detalhes da missão, havia também o pedido de reforços do próprio líder da Pedra e a indicação de seu nome para a tarefa pelo líder da Folha.
　　Não precisou olhar para saber que estava a sós uma vez mais.
　　Nukenins em Iwa...
　　Determinado a proteger, partiria ao amanhecer.

(memories: off)

　　Deixou o vapor tomar conta de todo o toalete ao abrir a porta do box. Os vidros embaçavam, sua vista enturvava-se e ele saia do banho renovado, definitivamente desperto. A mente um tanto agitada não era denunciada pelo comportamento tranquilo. Não havia pressa, vestia-se sem afobação. A camisa de mangas longas azul-marinho sobreposta pelo colete verde musgo dos jounins da Folha; a bermuda que se estendia até a canela; as sandálias pretas; e o hitaiate.

　　Rūkasu vestia sua identidade.
　　Shinobi.

　　Deixou a pousada preparado para sua missão. Proteger; nem que isso significasse matar outra vez. Suas passadas eram calmas, tinha certeza de que os cidadãos poderiam alarmar-se se vissem konoha-nin acelerado. Não alojou-se distante dos portões, não muito longe também de onde estaria seu parceiro. Ao sul; não havia motivo para alvoroço ou correria. Andava buscando o mínimo de atenção para si.
　　Os raios de sol o envolviam num abraço caloroso que há tempos não sentia. Jamais imaginaria que sentiria falta desse tipo de clima, nem em seus mais loucos sonhos. Estranho, mas bom. A sensação de prazer não passava despercebida, mas ele dava o mínimo de importância. Aproximava-se do ponto de encontro, avistava ninguém. A sós, como prefere, se pôs a aguardar. O olhar frio e indiferente dele miravam o céu azul. Não sabia quase nada sobre o companheiro, é um ninja da Pedra e isto é tudo que sabe. Mas, uma coisa era certa: o outro o reconheceria, o ninja da Folha.

　　Acomodou-se;
　　Uma sombra o cobria.
　　As pálpebras relaxam.
　　O silêncio canta e o acalma.
　　Espero que ele não demore...

1000/1100

BOLSA DE EQUIPAMENTOS (Grande):

CONSIDERAÇÕES:

SENJU
segunda página

── Aeho!
　　A voz anunciava o fim do sossego. Abriu primeiro um dos olhos para certificar-se de que era com ele. Um homem alto de cabelos castanhos e colete se aproximava; certamente, era o parceiro. Seus braços se mantiveram cruzados, ambos os olhos agora estavam abertos e o corpo se descolou da rocha, ainda permanecendo no abrigo da sombra. O brando semblante quase exalava reprovação, fitavam o outro como se o julgasse.
　　── Desculpe pela demora, estava ocupado pela manhã. ── o outro explicava, sem jeito.
　　O silêncio tomou conta por um instante. Frente a frente, ele e o outro se entreolhavam. Ele o analisava. A serenidade em sua expressão era quase perturbadora, bastante incomum para uma criança de sua idade. Não estava agitado, perturbado nem sequer ansioso. Olhava fundo nos olhos do parceiro, como se estivesse buscando ver o ser por trás daquela face embaraçada. Não olhava para ele, olhava nele, dentro dele, dentro do que o castanho da íris blindava.
　　── Senju Athos...
　　Quebrou o silêncio;
　　Deu-lhe espaço outra vez.
　　── É essa a sua melhor desculpa?
　　A voz infantil não dublava o peso das palavras, eis que era a função da expressão. Em seus olhos, em seus traços, em sua atitude ele se fazia claro. Poucas palavras, muita clareza; o atraso não foi bem recebido, era evidente. O tempo que perdiam era o tempo que os nukenins tinham para levar a desgraça para o vilarejo inocente. Cada segundo que passava, para eles era só um a mais, para outros poderia ser um a menos; vidas corriam riscos.
　　A partida se aproximava. A morte espreita como uma cobra faminta, sorrateira. Nem nos primeiros instantes poderia haver descuido, qualquer surpresa pode ser fatal. Kanchi; nada nem ninguém escaparia da habilidade dele, possíveis emboscadas seriam detectadas ainda que a oitocentos metros de distância. Estava pronto, mais ainda que antes.

　　Deu as costas.
　　── Tome a frente, não conheço o país.
　　Destino: Takigakure no Sato.

1000/1050

BOLSA DE EQUIPAMENTOS (Grande):

USADOS & ATIVOS:

CONSIDERAÇÕES:

Considerações:

Athos
Sangue: 1150/1150
Chakra: 1500/1500

Armas e equipamentos:

INÍCIO
terceira página

── Me chame apenas de Athos, por favor.
　　Respondeu-o com seu silêncio, este que antecedeu a partida. Partiram sem delongar mais o encontro. Pouco sabiam um sobre o outro, mas tinham uma missão em comum. A Vila da Cachoeira precisa deles, precisa que eles a salvem, precisa que eles a protejam, eis o que motiva o motiva.
　　Os passos acelerados os conduziam. Dos rochedos do País da Pedra, lançaram-se nas belas florestas que cercava Takigakure. O horário que marcava o relógio ele não sabia, mas o próprio Sol já havia deixado seu trono e cedido lugar àquela que reinava na noite. Por entre as árvores, tudo tornava-se mais escuro e sua habilidade mais que nunca fazia-se necessária. Oitocentos metros; alguém havia invadido seu alcance. Alguéns.
　　── Sinto duas presenças se movendo... ── alertou à Athos ── ...e estão se aproximando.
　　Seus olhos brilharam o vermelho escarlate vívido e aterrorizante; sharingan. Olhos estes que subjugam e condenam aqueles que ousam confrontá-los. Cada passo adiante, eram metros a menos que os distavam de quem quer que ele tenham detectado. Duas luzes surgiam em meio ao breu da relva, o calor se intensificava ao passo que as luzes ficavam mais fortes. Banhadas em chakra, era óbvio para ele: um ataque. Mesmo Athos não teria problemas para evadir de uma investida mal pensada como aquela que quase gritava “estamos aqui”. Duas bolas de fogo com três metros de diâmetro cada, lado a lado, no meio de uma floresta sem luz, surgindo há mais de quinze metros de distância.
　　 Será que...
　　Sua mente já trabalhava ao passo em que o corpo tinha que agir. Julgou não ser necessário avisar ao companheiro que se movesse, apenas lançou o corpo para a direita, esgueirando-se por entre os troncos de árvore, evitando de forma deveras simples uma investida mal arquitetada. Sacou de sua bolsa de equipamentos uma única kunai e um selo explosivo foi acoplado ao seu cabo.
　　Seu olhar transborda a calmaria de um assassino.
　　Eis que o gênio Uchiha age.
　　Ele não precisa vê-los para saber onde estão. Enquanto desviava, a todo momento mantinha os alvos rastreados. Seu coração não acelerava, sua respiração não ofegava, era como se aquilo tudo fosse tão natural quanto dormir ou acordar. Seus olhos podiam ver as energias fluindo e preparava, assim, o bote da serpente.
　　Um único e brusco movimento da mão destra lançou o armamento em direção ao pescoço de uma das presas. O sucesso ceifaria a vida daquele corpo no ato. A escuridão da noite era a mais fiel aliada, contava com ela para fazer o que um shinobi faz de melhor; o ataque sorrateiro. Se a arma fincasse no pescoço do alvo, tão logo o selo seria acionado. Próximos um do outro, a explosão tiraria a vida do companheiro, ou, se tivesse muita sorte, safaria com ferimentos consideráveis, mas banhado pelo sangue amigo. Restava esperar. O que faria o Senju?

　　Seus olhos;
　　O rubro que destaca na escuridão.
　　Sua habilidade;
　　O fruto de sua genialidade.
　　Uchiha;
　　Ele não seria surpreendido.

1000/1030

BOLSA DE EQUIPAMENTOS (Grande):

USADOS & ATIVOS:

CONSIDERAÇÕES: