Meeting the partner...

Já fazia alguns dias desde que me tinha graduado e ainda ninguém me tinha chamado para nenhuma missão. Enquanto isso, aproveitava o sol da vila, os vinte e dois graus que estavam e a brisa fresca para treinar e melhor dia após dia a minha habilidade como ninja de luta corpo-a-corpo. Estava fora da vila, numa zona com algumas árvores e algumas rochas a saírem do solo. Algumas grandes, outras pequenas, mas era um ótimo espaço para treinair, pois era sossegado e dava para me concentrar, ninguém passava por ali. Tinha trazido alguns alvos do meu pai de quando ele era ninja, colocando pequenos alvos nas árvores e alguns bonecos de madeira para poder bater e acertar com algumas kunais e shurikens. Já tudo era fácil, mesmo que os lançasse com curva. Bater em alvos quietos também era chato, então não havia nada melhor que fazer umas flexões, abdominais, dorsais, tríceps, enfim. Tinha que ficar mais forte e rápido, isso me tornaria melhor como ninja que só usa Taijutsu. E estava um ótimo dia para isso.

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Devo admitir que sentia-me profanado.

Há meses que aquela árvore era meu reduto particular de estudo, onde podia ler os pergaminhos com calma e tranquilidade. As aulas do Esquadrão Miragem eram mais difíceis que o normal e sempre me obrigavamos a tomar mais tempo de estudo.

A curva encaixava completamente meu corpo em seu galho, que desprendia-se do firme caule da árvore centenária. Era um lugar relaxante, mas meu templo de paz e silêncio fora invadido por um baderneiro mór.

No início eu tentei ignorar,  contando que ele iria embora logo e eu poderia ficar em paz, mas seu sabia insistentes exercícios estavam desconcentrado meuse estudos.

De cima da árvore eu podia ver sua silhueta esforcando-se com repetitivas sessões de socos e chutes, assim como arremesso e outras coisas que não faziam o menor sentido pra mim.

Imaginei que ele fosse se cansar e desaparecer, mas as horas estavam passando e ele não dava mostras de que sairia dali.

Resolvi que o incomodado deveria se mudar, mas, desastrado,  acabei por me enrolar no pergaminho que estava estudando e, num movimento muito constrangedor, despenquei de cima da árvore feito uma jaca, minha queda sendo amortecida apenas pelos galhos que se quebraram com meu peso.

Meus óculos escaparam e caíram em algum lugar que eu não podia ver, já que minha visão euro um horror.

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Eu podia aguentar aquele intenso ritmo por horas, a minha determinação de ser reconhecido por toda a vila tornava-me incansável. Eu podia fazer tudo o que tinha planeado e ainda repetir outra e outra vez, não me cansava por nada. Eu estava habituado a este ritmo, desde novo que treinava com o meu pai a ritmos até mais intensos, por alguma razão eu tinha cinquenta e cinco quilos e apenas doze anos. Por alguma razão, o meu braço era mais largo que o de alguns homens adultos, assim como as minhas coxas.

Enfim, ali era o meu sítio predilecto para treinar, mas parecia que não era o único que gostava de ir para ali treinar ou usar aquele lugar como lazer. Quando me estava a levantar para começar um exercício, ouvi uns barulhos de uma árvore antiga, centenária talvez. Um garoto parecia estar querendo descer da árvore, mas acabou se enrolando em algo, parecia ser um pergaminho e acabou por cair da árvore de forma desastrada e aparatosa, tendo a sua queda sido amortecida pelos galhos que se partiram. Não podia ficar a olhar sem fazer nada, eu tinha que me rir. E assim foi, logo após ele cair, nem meio segundo depois, eu desatei às gargalhadas, estava a rir tão alto que era possível ouvir na vila, tinha até me deitado no chão para me conseguir rir. Ri até que a barriga me começasse a doer, estava a rir infinitos.

Por fim, terminei de rir, alguma hora havia de ser? Se calhar tinha sido indecente e inconveniente, o rapaz podia precisar de ajuda, ainda para mais porque ele usava óculos e eles tinham caído. Ele podia nem conseguir vê-los, podia não ver um palmo à frente dos olhos. Levantei-me então rapidamente e ainda com algumas dores na barriga e soltando pequenas gargalhadas ainda, aproximei-me do garoto que parecia ter mais ou menos a minha idade, cabelo azul, não muito longo, mas com franjas que caíam para a frente da face, uns trajes azuis. Tinha com ele o semblante da vila, então estava menos preocupado em relação a ele. — Desculpe pelos meus risos, mas a sua queda foi engraçada. — disse, soltando uma gargalhada curta. Contudo, não pude deixar de ajudá-lo. Peguei nos óculos dele e os coloquei bem na frente dele. — Aqui estão os seus óculos. — falei, colocando a mão esquerda para ajudá-lo a levantar-se. Como era meu costume, não podia deixar de mostrar o meu sorriso alegre para ele, talvez aquilo o deixasse menos constrangido com a queda.

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Tão logo meu corpo encontrou bruscamente com o chão, ouvi o que só pune interpretar como risadas escandalosas.  Não atrevi a  abrir meus olhos, ficando mais tempo do o que necessário deitado, tentando não gritar de dor pelos arranhões e contusões que eu acumulei o durante a queda.

Minhas costas doíam e meu braço estava ardendo, como se tivesse arrastado-o contra o asfalto. Apalpou o chão na esperança de encontrar meus óculos para, só então tomar coragem e dar uma bela bronca no engraçadinho que estava tirando sarro de mim.

Meu cabelo na ao parecia disposto a cooperar para que ru recuperasse minha visão, debilitada por natureza. O solo arenoso feria minhas mãos, conforme eu apalpava o nada.

Recebi do estranho troçador meus óculos de volta e corei quando seu rosto finalmente entrou em foco. Instintivamente recusei a ajuda para me levantar, afastando a mão dele com um fraco tapa.

O esforço que meu corpo fez para se erguer fora considerável, mas não daria maiores motivos para que ele risse de mim.

- Que bom que o diverti. - Falei ríspido,  tão logo consegui me erguer, batendo a roupa numa tentativa de limpar minhas vestes. - Quando me formei na academia era mesmo minha intenção ser entretenimento para pivetes. - Falei, com o tom carregado de sarcasmo, junto com minha irritação e dor. - Não tinha outro lugar para você treinar não? - Inqueri, mais arrogante do que o de costume. Talvez fosse a dor, ou sentimento de humilhação.

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O garoto pareceu aceitar parte da minha ajuda, pegando e colocando os óculos, mas recusou a minha mão para que o ajudasse a levantar, empurrando-a com uma fraca tapa. Ele não era muito bem humorado não, mas eu resolveria já esse assunto. Logo ele se levantou, mesmo com algum esforço. Não parecia nada feliz e parecia ter alguns ferimentos, alguns arranhões, talvez algo pior como contusões, ele devia visitar algum médico para ver se estava realmente bem, afinal tinha sido uma queda feia. Ele estava mesmo irritado, tendo-me falado de uma forma ríspida e com algum sarcasmo, enfim, nunca liguei para essas coisas não seria agora. Porém, eu tinha que me mandar a piada que estava ali a querer sair, ela estava pronta. — Se eu tivesse estado noutro sítio, você poderia ter caído na mesma e nunca acharia os óculos. — disse eu, suspirando e virando-me para trás, caminhando um ou dois metros.

Por sinal, tinha-me esquecido que ele era um ninja da vila e eu talvez tivesse sido um pouco indecente com ele. Apesar de tudo, ainda era um pouco infantil, virei-me novamente para ele, fitando-o de cima abaixo. Agora tinha a certeza que de baixo daquela jaqueta azul, estava um ninja da vila. — Você é um ninja da vila. Quem é você? — perguntei, pois estava de facto curioso para saber mais sobre ele, afinal éramos companheiros e eu nunca o tinha visto. Aproximei-me dele novamente, estava a cerca de um metro, coloquei a mão de forma a que ele me pudesse cumprimentar. — As mais sinceras desculpas pelas minhas risadas. Sou Fuyuki, Gennin da Vila da Pedra. — apresentei-me, com um sorriso tão grande que tinha que cerrar os olhos. Não queria que ele ficasse com uma má impressão minha, mesmo não querendo saber o que as pessoas pensavam de mim por ali.

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- Se você estivesse em outro lugar, eu não teria caído. - Resmunguei baixo, mas lutando para manter a compostura. Não era inerente de minha personalidade ralhar tanto com uma criança só por causa de um erro que fora totalmente parcialmente meu.

Quando ele se virou, notei sua vasta cabeleira ruiva, que ao sol parecia ofuscar meus olhos. Tudo no garoto parecia uma lâmpada fosforescente gigante e irritante. Iluminado demais para minhas preferências obscuras.

Quando voltou-se pra mim, sua atitude estava diferente e eu podia notar que seus olhos brilhavam de curiosidade e seu sorriso por pouco não me cega completamente. Sinceramente, essa criança tinha mesmo que ter uma aula de como ser menos Filho de Apolo.

- Shinkirō. Também Gennin. - Disse, receando em apertar as firmes mão do garoto. Percebi que meus dedos pareciam femininos perto dele. - Desculpe-me pela maneira rude que tratei sua gentileza. - Admiti, corando um pouco as bochechas.

Desviei meu olhar do dele para acabar com meu constrangimento, encontrando um sem número de projeteis que não acertaram o alvo. Fiz os selos com velocidade e meu chakra tomou posse deles, fazendo-os se chocarem contra os bonecos.

Acho que foi nesse dia que percebi que tinha toc. Não foi para me exibir, mas o fato das armas estarem fora do seu lugar, que era enterrada nos bonecos, me incomodou.

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O nome do garoto era Shinkirō e era também Gennin de Iwagakure. Isso era bom, poderia por fim encontrar ali um parceiro ou até um amigo. Ele não parecia estar muito afim, ignorou por completo a minha mão que se aproximou dele com intenções de cumprimentá-lo. Contudo, ele tinha uma forma requintada de falar, tratando-me por gentileza, aquilo era muito estranho e não sabia se ele estava a usar aquilo por educação e respeito ou se tinha mesmo um jeito requintado de agir. — Gentileza não, trate-me por Fuyuki. — disse, mais uma vez, sorrindo e colocando os braços na cintura, empurrando ligeiramente o tronco para a frente. Não sabia mais o que dizer, o momento estava a ficar um pouco constrangedor, tanto que Shinkirō tinha até desviado o olhar. Pareceu focar nos projéteis que eu tinha lançado e errado o alvo, não eram muitos, mas me deixavam um pouco envergonhado. Então ele fez alguns selos de mão rapidamente, nem sequer consegui fazer a leitura deles e fiquei completamente surpreso. Afinal o que iria ele fazer? As armas que estavam no chão começaram a levantar-se e pareciam possuídas por Fuuton, pois algo como vento as fazia levantar. Então eram enterradas no boneco, todos no mesmo ponto, sem dúvida ele tinha excelente pontaria.

Não tinha ficado surpreendido com aquilo, conhecia alguns miúdos mais novos que eu e que ele que já usavam técnicas de vários elementos. Era bom para ele saber usar aquela técnica, mas deixava-me triste, pois eu não conseguia fazer aquilo e nunca iria conseguir. — Uau, que legal. — disse com um ar de decepcionado e triste, não por ele, mas por mim. O sorriso tinha desaparecido, talvez esta coisa de não poder usar Ninjutsu e Genjutsu fosse das poucas coisas que realmente me deixavam triste, mesmo não ligando para o que as pessoas diziam de mim ou pensavam de mim. — Mais um para zombar de mim, enfim. Vai mostrar mais alguma coisa para me envergonhar mais ou já chega? — falei num tom irónico e fiz uma pergunta retórica. Se eu lhe dissesse que não conseguia usar Ninjutsu e Genjutsu, seria mais um a praticar bullying comigo, então tinha que tentar me mostrar superior, mesmo sabendo que eles nunca iriam admitir que era mais forte que eles. — Não consegue fazer melhor? Fez isso só para me mostrar que tem melhor pontaria que eu? Ridículo. — comentei, continuando a caminhar já um pouco de cabeça quente, possivelmente estava a ser injusto, afinal o garoto nem me conhecia.

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Fluffy escreveu:

Nossa que esquentadinho...

Meu gesto impensado causou um desconforto desnecessário no garoto, fazendo-o agir feito um idiota. Ao menos agora eu sabia que existia um pouco de sombras dentro daquele semblante tão iluminado.

Esperei seu pequeno espetáculo de irritação calado, um pouco surpreso por não esperar esse tipo de reação dele. Eu podia não conhecê-lo, mas por causa de toda a personalidade que me mostrara até agora eu tinha a impressão de que aquilo não era o seu normal.

- Eu não estava me exibindo. - Falei com uma calma inesperada. - Só não gosto de coisas fora do lugar. - Caminhei até um peso próximo e tentei erguê-lo sem, contudo, movê-lo nem um milímetro. - Devo interpretar que o fato de você estar erguendo esse peso, quando eu mau consigo movê-lo, como uma forma de exibicionismo sua? - Inqueri, ajeitando meus óculos.

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Certamente que ele tinha ficado com uma ideia errada de mim, mas ele não podia saber as minhas fraquezas, se não seria outro a zombar de mim. Talvez o melhor fosse eu sair dali ou talvez não. Se eu continuasse ali, ele iria acabar por descobrir de alguma forma, então talvez o melhor fosse eu sair dali discretamente, sem ele perceber que eu estava a querer ir embora. Ele pareceu sincero quando disse que o que fez não foi para se exibir, parecia apenas não gostar de ver coisas fora do sítio. Aproximou-se das minhas coisas, precisamente do peso que eu usava para o meu aquecimento, não conseguiu movê-lo um milímetro e ainda perguntou se aquilo era para eu me exibir. — Se eu me quisesse exibir, treinaria na praça da vila, à frente de todo o mundo. — respondi ainda com alguma tristeza na voz, mas de certa forma isso estava passando.

Me aproximei e peguei no peso com extrema facilidade. Ergui-o para cima, apontando-o para o céu, como se fosse uma folha de papel. — Então, você me mostrou a sua habilidade com Fuuton, agora te mostro a minha força. — disse, com um sorriso renovado, nem parecia que estava triste à segundos atrás. Guardei o peso então na minha grande mochila, juntamente com os outros pesos e ainda os alvos. Juntei as armas que estavam básicos e deitei fora as que estavam inutilizáveis, depois recarregaria mais. — A última parte do meu treino é carregar este peso que tenho às costas para casa. — expliquei, sorrindo e colocando a mochila pronta para ser colocada às costas. Fiquei parado olhando para ele durante uns segundos, não sabia mais o que dizer. Estava a ser um momento muito constrangedor, então voltei a abrir a mochila, para voltar a arrumar as coisas, para não deixar o momento pior do que o que estava.

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O vi erguer o peso com incredulidade, soltando seu comentário com acidez, embora estivesse mais brando que outrora.

O vi recolher todos os objetos com ansiedade e nervosismo, pondo-os de maneira apressada dentro da mochila. Eu sabia que o peso que ele estava carregando estava um pouco acima da capacidade até da maioria dos membros do Esquadrão Miragem, o que era um feito e tanto.

Ele dissera que eu deveria acompanhá-lo até a sua casa e eu estava prestes a aceitar quando um arrepio subiu pela minha espinha e, com o semblante retorcido em medo eu fiquei olhando de um lado para o outro, tentando vislumbrar o autor da intenção assassina.

Não parecia real. Não era.

- Preciso ir. - Disse, com urgência.

Sem der palavra alguma, saltei para a primeira árvore que vi e desapareci em suas folhagens. Alguém do Esquadrão estava por perto. Era melhor não envolver Fuyuki naquilo.

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O garoto parecia apressado. Observou-me a arrumar tudo e até ouviu eu a falar com ele, porém podia percebeu um pequeno estremecer da parte dele, talvez um arrepio. Contudo, logo após isso, saiu apressado saltando para a primeira árvore que viu, dizendo que precisava de ir. Contudo, foi na hora, eu também precisava de ir para não ter que revelar o meu segredo. — Nossa, que garoto estranho. — comentei, falando sozinho. Talvez ele me tivesse ouvido ou talvez não, de fato não me importava, então peguei na mochila e caminhei em direção a casa com todo aquele peso. Tinha que chegar rápido ou iria tomar bronca por ter chegado depois dos meus pais a casa.

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