[Rank C] Ruukasu

Citação :

Traidores
Descrição: Desconfiamos que haja um traidor entre os jounins da nossa vila; vigie-o, e relate quaisquer atitudes suspeitas para que possamos tomar as devidas precauções.

O TRAIDOR
o prefácio de um pecado

O negro de seus olhos se perdia na imensidão do anil do céu. Pela primeira vez em muito tempo, pôs-se a admirar a grande criação. Acostumado com dias nublados e tempestades, via certa beleza no que havia por trás das camadas cinzentas tão comuns em sua terra natal. Deitado sobre o vasto campo de grama do terceiro campo de treinamento da vila, seu objetivo inicial era treinar. Embora independente, a tarefa de praticar sozinho pode ser bastante entediante e admirar a natureza pareceu mais interessante.
　　E lá estava ele.
　　Algumas leves brisas moviam as poucas nuvens e acariciavam o delicado rosto da criança. A sensação, porém, era indiferente para ele, tal como o calor. Sua mente divagava sobre mil coisas e, ao mesmo tempo, sobre nada. Era como pensar sobre tudo e sobre coisa alguma. Contemplar a obra de Deus despertava sua curiosidade quanto a grandeza do mundo e também atiçava em si o desejo de nada fazer e ser como as nuvens, apenas vagar.
　　Uma ave rasgando os céus chamavam a atenção do pequeno. O curioso era que o animal descia em sua direção, mas ele não moveu nenhum músculo — afinal, tinha plena ciência de que era desta forma que a vila entregava chamados e mensagens. Aguardou com calma invejável pelo pouso do bicudo, que trazia um pequeno pedaço de papel enrolado preso à sua pata esquerda.
　　Ruukasu se sentou, pegou o pequeno rolo e acariciou a cabeça do animal.
　　── Muito obrigado, você já pode ir.
　　Palavras amistosas pronunciadas num tom de voz frio, indiferente. Não que o mensageiro se importasse, sua missão havia sido cumprida e ele só fez levantar voo e deixar o Uchiha no conforto de sua solidão. Ele calmamente abriu o bilhete e leu o recado que era bem direto e, de certa forma, impactante: “Compareça aos portões da vila imediatamente.”
　　Ele se levantou, guardou o bilhete em seu bolso e seu corpo desapareceu do terreno com o passar da última brisa. Devidamente equipado como quem iria treinar, estava plenamente capacitado para uma missão. Antes com sua mente à deriva, agora focava-se numa possível tarefa e ignorava os arredores, apenas evitando os cidadãos.
　　O que será que querem com essa urgência?

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BOLSA DE EQUIPAMENTOS (Pequena):

Não havia grande movimento a aquela altura do dia, mas os portões da Folha sempre recebem quantidades impressionantes de visitantes e mercadores a toda hora. Então jamais seria o ambiente mais adequado para passar instruções verbais sem o risco de que escutem e espalhem a informação. Havia risco demais.

No entanto o encapuzado permanecia ali camuflado nas poucas sombras de uma árvore, um vulto silencioso no caos urbano. Em pouco tempo já havia notado a aproximação da criança, por meios que não são apropriados serem ditos neste momento, e deu seu primeiro passo em direção ao Uchiha encaminhado para a missão.

Misturando-se na multidão seria fácil transmitir o arquivo, bastava um único encontro. Esbarrou o tronco no ombro do rapaz graças a diferença de altura, deixando um pequeno pergaminho escorregar de sua manga para dentro da bolsa de equipamentos de Ruukasu; mas não teria tempo para demais explicações, em uma cortina de fumaça o homem desvanecia. Teleportado (ou desfeito?), deixou para trás informações o suficiente para que o Genin pudesse investigar o perigoso Jonin que foi mencionado em um perigoso esquema investigado a meses pela ANBU.

O ninja em questão seria, segundo a denúncia, uma espécie de receptor para uma carga ilegal. Então o garoto provavelmente não se arriscaria. Provavelmente. Kutare estava encarregado da próxima ronda na parte oeste da muralha, onde hipoteticamente permitia a passagem dos itens. Era agora dever da criança ficar de olho nele, vigiar suas duas horas de ronda para se certificar de que nada aconteceria nesse período.

1. Assumindo a missão, para quem não entendeu.
2. Pode narrar a vigia até os 30 primeiros minutos, onde nada acontece. Pode focar só no recebimento das informações, posicionamento e o inicio da missão. Depois assumo novamente, para narrar o indivíduo de fato.
3. Qualquer dúvida me avisa, fiz pelo cel então nem revisei sry

A MISSÃO
primeira página

Ruukasu não demorou muito a chegar ao ponto em que sua presença fora solicitada. Olhou em volta, analisou todo o campo; nada. Ninguém ali parecia dar a mínima para a sua presença, aliás, ninguém ali parecia preocupado com coisa alguma. Mercantes, cidadãos da vila, viajantes e nenhum deles parecia se importar com nada além de si mesmos. O menino permaneceu tranquilo. Notava que no fluxo nos portões da aldeia não havia um shinobi sequer, apenas os civis iam e vinham e os ninjas que por ali estavam faziam a sentinela e o registro de alguns visitantes.
　　Será que...
　　Seus pensamentos foram interrompidos com o trombar de um homem em seu ombro. O único momento de descuido foi logo suprimido com o contato. Seu olho correu e olhou bem para o sujeito que estava bem ao seu lado. Era como uma cena em câmera lenta. O mundo pouco importava. O olhar que exibia uma calma quase assustadora de Ruukasu mirava aquele que trajava um capuz. O negro de suas íris correram rapidamente para baixo, notando o quão próxima a mão daquele homem estava de sua bolsa de equipamentos.
　　Foi girando até que estivesse de costas para o portão. Eis que viu o corpo do misterioso desaparecer em meio ao fumo. Sua primeira ação foi checar sua bolsa. A desacoplou da cintura, a abriu, e então notou a curiosa presença de um pergaminho. Nunca havia se equipado com tal item, portanto, o sacou e logo realocou a bolsa em seu devido lugar. Andou até o toldo de um restaurante, onde pudesse evitar mais encontrões, e abriu o rolo.
　　A leitura foi rápida, mas minuciosa. Atentou precisamente aos detalhes, mas eu seu rosto não houve nenhum músculo destacado. Enrolou o conteúdo, o guardou no bolso de sua bermuda e fez o corpo cintilar uma vez mais, desaparecendo daquele lugar e dirigindo-se para o setor oeste da aldeia.
　　Segundo os dados constados no pergaminho, a ANBU investiga um Jounin suspeito de traição e que estaria permitindo entrada de material ilícito e perigoso na Folha. A missão era simplesmente coletar informações, mas Ruukasu sabia que poderiam haver riscos.
　　Eu não posso ficar muito próximo ou serei detectado, mas também não posso ficar muito longe...
　　O garoto pensava sobre o que faria quando encontrasse o provável rato enquanto se movia sobre os telhados do vilarejo. A cada vez que a sola de um de seus pés tocava uma superfície sólida, ele impulsionava o corpo adiante com um leve acréscimo de chakra para acelerar.
　　A chegada não tardou.
　　Pousou a cerca de vinte metros distante do portão e ocultou-se atrás de uma chaminé.
　　Só lhe restava esperar.
　　Camuflar-se de nada adiantaria, apenas o tornaria vulnerável se houvesse algum rastreador. Mas, ele tinha a melhor solução na manga — ou melhor dizendo, nos olhos.

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BOLSA DE EQUIPAMENTOS (Pequena):

USADOS & ATIVOS:

A vida como vigia não era lá tão interessante assim. Era raríssimos os momentos em que de fato avistavam alguma coisa então grande parte do tempo consumiam andando de um lado para o outro da área em que estavam encarregados. Vez ou outra o Jounin pegava um binóculo para investigar movimentações na mata, mas nada além de animais selvagens ou ruídos de carroças a distância.

Até então não fazia a menor ideia de que estava sendo observado, ou apenas fingia não saber; talvez o genin não fosse experiente o suficiente para saber a diferença. Era um turno como outro qualquer, trocava uma palavra ou outra no sistema de comunicação entre os vigilantes mas logo voltava ao silêncio; era como se todos os sons da cidade fossem abafados ali de cima.

Só que pouco antes da metade do turno, o garoto veria algo um tanto curioso. Seu alvo se inclinou perigosamente da muralha para olhar algo lá embaixo, e se demorou mais do que o normal naquela posição. Talvez algum bicho tenha buscado abrigo na sombra da parede e ele tentava afastá-lo, ou até estava se sentindo mal; vá saber. Mas poderia de fato se tratar de suas atividades relatadas na denúncia anônima.

Após cinco minutos, parou de se debruçar e olhou para os lados. Há quem diga que parecia um tanto apreensivo, mas talvez fosse melhor uma análise mais profunda. Pegou um pergaminho de sua bolsa e rabiscou alguma coisa em sua folha, mas o que levantaria mais suspeitas foi o que viria a seguir. Talvez se trata-se apenas de um acidente, ou foi forjado para parecer com um, mas o pergaminho caiu. Sim, exatamente para fora das muralhas. Um semblante confuso decorava seu rosto ao se sentar em uma cadeira próximo e cruzar os braços, pensativo.

1. Sua única tarefa é tentar descobrir o que está acontecendo, seja se aproximando ou dando um jeito de chegar do outro lado do muro sem ser notado para ver o que está acontecendo ali.
2. Caso consiga cumprir ver o lado exterior da muralha vai se deparar com um cachorro, apenas cheirando o pergaminho.

VIGÍLIA
segunda página

A movimentação do homem era, de fato, curiosa. O Uchiha podia ver além do que os olhos comuns conseguiam, mas ainda estava longe demais para enxergar detalhes. Seu fluxo de chakra estava calmo, portanto, descartou-se a possibilidade de estar sendo manipulado por algum tipo de genjutsu*. O jounin, em si, não aparentava estar muito calmo. A todo tempo olhava para os lados, sacava um binóculo por vezes para enxergar mais adiante. Parecia alerta até demais.
　　Se eu conseguisse me aproximar dele ou chegar ao outro lado...
　　A paciência era a grande chave daquela missão. Aquele homem já não estava tão seguro, talvez soubesse que estava sob observação — fosse do genin, fosse da ANBU, ele parecia desconfortável. Quando inclinou-se por muito tempo, Ruukasu viu a oportunidade perfeita de deslocar-se. Desceu do telhado e mesclou-se a multidão, foi como o vento que dançava farfalhando as folhas que ele sumiu de um local e reapareceu em outro. O vermelho de seus olhos permaneceu atento ao homem, que já não mais estava inclinado e parecia anotar alguma coisa num pergaminho.

　　O cenho do Uchiha cerrou-se.
　　Num ato de descuido, o rolo caiu.

　　O genin sabia que era a oportunidade perfeita de conseguir alguma pista sobre as atividades daquele homem. Sacou de seu bolso o pergaminho da missão enquanto caminhava, o abriu, rasgou a parte que continha os detalhes da missão e o enrolou novamente. O manteve em sua mão direita, oculto pela manga longa de sua camisa. Não se importava mais com o homem, praticamente só teria de pegar o pergaminho e retornar para a reportar a shinobis mais experientes que possam tomar providências, ainda que elas envolvam combate.
　　Seu corpo passou o portão e, então, Ruukasu deparou-se com o vasto corredor verde que cercava aquele lado da vila. Uma imagem de digna de ser pintada em um quadro, mas não vinha ao caso no momento — fora o fato de que o menino não é lá muito do tipo que contempla a natureza ou perde seu tempo admirando cenários. Não muito longe do portão, viu um cachorro e o pergaminho. O animal o cheirava, talvez estivesse curioso e o garoto o encarava, o afrontando.
　　Nem mesmo esse cachorro está fora da suspeita. Pode ser um ninken do inimigo. Eu tenho que ir com calma. ── e seus olhos retomaram a cor negra.
　　Ruukasu agachou bem perto do peludo e estendeu sua mão esquerda para acariciá-lo. Se fosse um ninken, certamente iria reagir rapidamente com alguma atitude como morder ou apanhar o item e sair correndo. Sendo um mero cachorro de rua, iria se permitir ao mimo e abanar seu rabo. De todo modo, ao mesmo passo que oferecia a caricia com a mão canhota, pôs o pergaminho da missão ao lado do pergaminho suspeito.
　　Acho difícil acreditar em cães que se criem na floresta...
　　A expressão branda ocultava o turbilhão de pensamentos, a gama de possibilidades que o gênio considerava. Nem mesmo o jounin estava fora de seu campo de ideias, não esqueceu-se dele e temia que suspeita-se de algo ali. Usou o corpo para ocultar os pergaminhos da visão do homem — e ele próprio seria outra prova de que o cão fazia parte da trama. O Uchiha tinha certeza que ele iria agir o quanto antes caso o canino fosse um intermediário com o inimigo, mas não de forma violenta, já que havia um fluxo considerável de pessoas e atacar um shinobi da folha levantaria ainda mais suspeitas. Quiçá, a missão chegava ao seu clímax, o ponto de tensão mais elevado.

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BOLSA DE EQUIPAMENTOS (Pequena):

O cachorro encarava o garoto que se aproximava, com a cauda entre as pernas aparentemente apreensivo. Chegou a recuar alguns centímetros mas ainda relutava em fugir dali; seja para proteger-se ou de fato pegar o pergaminho. Quando o Uchiha encostou em seus pelos ele permaneceu quieto, um tanto incerto do que aconteceria. Mas um grito mudaria a situação.

”Ei, você!” A voz quebrou o silêncio, vinda do alto. No momento em que isso aconteceu, o cachorro avançaria para fugir com o pergaminho aproveitando o ínfimo segundo de distração. ”O que pensa que está fazendo?”

O guarda parecia furioso, tentando decidir se o garoto estava apenas de passagem ou se estava de olho em seus passos. De toda forma, ele não deveria ir tão longe. Havia ao um terceiro indivíduo na mata e acontece que este é versado nas técnicas ilusórias. Mesmo que o garoto fosse atrás do cachorro ou fugisse para dentro da vila, enquanto não rompesse com o Genjutsu que foi aplicado ele não iria a lugar algum. O que daria tempo aos envolvidos de decidir o que fariam com ele.

1. Torne o pergaminho sua prioridade, é perigoso demais lutar contra eles sendo um genin; e no fim das contas você pediu por uma missão fácil. Dá teus pulo pra pegar ele e corre. O cachorro não possui uma velocidade muito impressionante, não chega a ser um ninken.
2. Eles também não vão atacar tão obviamente pela proximidade com os civis, por isso pretendem te prender no Gen para lidar com isso de forma discreta.

Citação :

Kori Shinchū no Jutsu
Rank: C
Descrição: Esta técnica permite que o usuário altere senso de direção dos inimigos como entenderem. Quando esta técnica foi evocado, o inimigo foi obrigado a caminhar continuamente em círculos, fazendo parecer como se eles estão caminhando em linha reta para o seu destino desejado.

QUANDO O GÊNIO AGE
terceira página

O rubro retornou aos seus olhos quando uma voz ecoou chamando sua atenção. Estranhamente, parecia furioso quem quer que falasse, como se estivesse interceptando um criminoso. O Uchiha não mais tinha dúvidas: aquele cachorro fazia parte do esquema de traição.
　　Já entendi tudo.
　　Seus olhos mostravam além e sua genialidade o tornava formidável. Manteve sua calma, não respondeu ao homem e viu o animal correr. Havia apenas um pergaminho e era o que deixara para tentar confundir o inimigo, afinal, um cachorro não iria confundir os cheiros. Mirou seu sharingan para onde o canino rumava e via um fluxo de chakra em atividade, liberando energia para os arredores.
　　Genjutsu...
　　Ainda agachado, uniu as mãos num único selo. Com a maestria daquele que chamam de gênio no meio dos gênios, interrompeu seu fluxo de chakra para atrapalhar a vida dos seus antagonistas.
　　Kai!

　　O ápice de sua genialidade, porém, ainda não havia chegado.
　　Eles ainda estavam por testemunhar quem é Uchiha Ruukasu.

　　Com as mãos já unidas, emendou o selo de uma técnica, desta vez para sua vantagem. Seu chakra foi liberado numa fração de segundos, instantaneamente fazendo os passos do peludo cessarem. Não havia corrido muito — estava a pouco menos de dez metros de distância. Na planta dos pés, acumulou e dispersou chakra num único impulso e se dirigiu até o cão paralisado e apanhou o pergaminho.
　　Ainda não havia acabado, porém.
　　Não poderia atacar direta e fisicamente os inimigos, uma vez que estaria em desvantagem, mas precisava fazer alguma coisa. Eles, por sua vez, sabiam também que lutar não seria a melhor opção, mas certamente não permitiriam que o garoto fugisse tão facilmente.
　　Ruukasu só precisava ganhar tempo.
　　Sua energia se espalhou por um campo ainda maior, desta vez. Suas mãos desenharam um terceiro e último selo. Os meliantes, então, passariam a ver diversos clones do Uchiha se formarem cercando o próprio e o cachorro. Eles partiriam, então, em direção aos três. Se reagissem, denunciariam aos cidadãos uma atividade estranha, mas seria a forma de notarem a peculiaridade naqueles clones: quando tocados, iriam se desfazer e duplicar. Enquanto não notassem a ilusão, não sairiam; eis que era o tempo que o genin precisava. Para agravar ainda mais a situação, havia o animal. Ele também seria pego no genjutsu. Diferentemente dos dois, traidor e comparsa, este não raciocinaria e iniciaria um alvoroço tão logo se visse ameaçado, o que chamaria a atenção de quem por ali circulasse.
　　É a minha chance.
　　E seu corpo cintilou pela última vez, agora vila a dentro.
　　Seu rumo: o gabinete do Hokage.

450/570

BOLSA DE EQUIPAMENTOS (Pequena):

USADOS & ATIVOS:

O garoto foi recebido pelo auxiliar do kage, que assentiu ao receber o relatório da missão. Pegou o pergaminho e logo murmurou;

"Ótimo, bom trabalho. Você está liberado, sua recompensa será enviada em breve." E assim se afastou, levando o documento para ser analisado pelo departamento adequado.

1. Acabou PARTIU CS