[Rank D - Normal] Nosvit

— Filler! Filler! Acorda menino!

Eu senti a coberta sendo retirada do meu corpo e o frio da manhã tocando a minha pele quente. Ainda me forçando a continuar na cama, senti logo em seguida a luz do sol tocar o meu rosto.

— Não... Agora? — Falava de forma preguiçosa.

— Você me pediu para te acordar cedo, estou te acordando cedo — Era minha mãe falando de forma repreensiva — Agora vi tomar seu café, seu pai já saiu para o gabinete.

— Ele já saiu? Mas... — Eu perguntava com um pouco de decepção. Hoje seria mais um dia de treinamento que eu teria com ele, e havia me falado que não iria furar comigo novamente.

— Ele disse que tinha que cuidar de uma coisa urgente, mandou você esperar lá no gabinete até ele voltar. Então, vai comer, porque da última vez...

— “Você desmaiou de fome no meio do treinamento”. Eu sei mãe, já vou descer.

Entrei no chuveiro e tomei um banho para acordar, o cheiro de lavanda invadia o banheiro assim como a névoa da água quente. Depois de me arrumar e tomar café da manhã saí em direção do gabinete do Tsuchikage, que por obra do destino, era o meu pai.

Chegando no edifício central entrei como já havia feito muitas vezes na minha vida, nunca era um ambiente tranquilo, o caos reinava no lugar, mas um caos organizado. Secretárias, ninjas e civis circulavam no local como se estivessem em rotas comerciais, sabendo exatamente de onde veem e para onde vão.

Aquele local daria dor de cabeça para qualquer pessoa que não estivesse acostumado, e felizmente, eu estava acostumado. Cheguei na recepção e a garota me reconheceu de primeira.

— Senhor Gemini! Seu pai não está.

— Sim, sim, ele saiu. E eu já falei que eu não sou senhor nenhum, kotohana!

— Desculpa Filler, você é muito parecido com ele.

— Eu sei, eu sei. Ele me mandou esperar no gabinete, tudo bem?

— Claro! Pode subir.

— Obrigado até mais tarde!

— Até!

Foram uma, duas, três horas e nada do meu pai aparecer. Eu já havia perdido a esperança, ele não voltaria até a noite, era um daqueles dias, que alguma coisa havia acontecido, e pelo tempo que estava demorando, era uma coisa muito ruim.

Estava voltando para casa, meu pai era protetor o suficiente para não me deixar sair em missões, o que eu suspeito que foi feito a pedido da minha mãe. Então não havia mais nada a fazer a não ser voltar para casa.

Quando toquei na maçaneta para sair da sala ou vi algumas vozes falando do outro lado da porta.

— Você não pode fazer isso! Ele é só uma criança, não vai poder fazer nada!

— Bem o tsuchikage está cuidando dos feridos no local e ele é discípulo e filho dele, é a nossa melhor chance!

— Ele não saberá de nada! Não tem a menor chance.

— O único que eu já vi tratar alguém naquele estado foi Kanon, e se existe alguém para quem ele passou essa informação é para ele! É a nossa melhor chance.

Percebi que o homem iria abrir a porta, então me afastei e sentei rapidamente, esperando que ele não percebesse que eu havia ouvido a sua conversa. Quando a porta se abriu, 2 ninjas médicos um deles sujo de sangue nas mangas, o outro tinha algumas gotas na camisa.

— Bom dia senhor Gemini — Falava o homem da manga suja.

— Eu não sou senhor de ninguém! E... Meu pai não está aqui. — Falava eu fingindo que não sabia o que os dois estavam fazendo ali.

— Nós não estamos à procura do seu pai, mas sim do senhor... você.

— A minha procura? Porque?

— Nós temos um problema de sobrecarga no hospital, e sabemos que você é um iniciado nas artes medicinais. Então pensamos que você poderia nos ajudar?

— Claro! Vamos salvar quantas vidas pudermos. — Eles estavam escondendo alguma coisa, mas eu deveria segui-los para descobrir.

(...)

Estava muito curioso, visivelmente alguma coisa estava acontecendo. Uma movimentação muito grande estava acontecendo no distrito médico, o hospital estava rodeado de carroças. Ao entrar macas e mais macas estavam sendo carregadas de um lado para o outro.

Era um cenário de guerra, pessoas feridas por todos os lugares, os dois médicos me levaram até uma sala. Já haviam lá 2 enfermeiras, e assim que nós entramos na sala os dois médicos fecharam a porta.

— O que aconteceu? Que “porra” aconteceu!?

— Bem, você já percebeu a gravidade do problema, não é? — Falava o médico “limpinho”

— Desculpa te trazer aqui neste estado garoto, mas temos um grande problema.

Se me chamar de senhor me irritava, me chamar de garoto me deixava fora do sério, mas relevei, os dois pareciam precisar da minha ajuda.

— Pode falar.

— A algumas horas um dos postos avançados de iwagakure foi atacado por uma organização criminosa.

— Ragnarok?

— Sim, eles conseguiram deixar uma baixa muito grande na defesa da vila. Várias pessoas morreram, e várias outras ficaram feridas. Poucos escaparam ilesos, e aqueles que tiveram a sorte, foram aqueles que nos avisaram do ataque.

— E porque eu estou aqui?

— Seu pai está no campo de batalha agora, curando algumas pessoas, mas ainda assim estamos sobrecarregados. A explosão atingiu os civis que estavam na vila onde o posto estava, o que piora ainda mais a situação.

— Apesar de estarmos com muita gente, muitos dos feridos foram estabilizados, mas existe um que não pudemos fazer nada até agora. E é por isso que nós queremos a sua ajuda, seu pai já fez uma coisa parecida com isso pelo que nos disseram e nós imaginamos se ele não poderia ter falado com você sobre isso.

— Nós sabemos que é um veneno, mas o resto é um mistério.

Eu olhei para os dois e falei.

— Me mostrem o paciente.

Eles me levaram até o fundo da sala, na cama onde as duas enfermeiras estavam, pareciam estar segurando o paciente com dois shousen no jutsu. Olhando para as duas e para os médicos eu me perguntava o porquê de aquilo ainda estar ali. No rosto do ninja ainda havia a máscara ANBU originária de Iwa.

— O que isso ainda faz aqui? — Retirando a máscara do ninja desacordado. — Mesmo com aquela regra... nós temos que fazer o possível para salva-lo.

— Tudo bem... — Respondia uma das enfermeiras, estranhando levar uma bronca de um garoto de 10 anos de idade.

— Qual a situação? — Perguntei a uma das enfermeiras.

— Ele chegou aqui com uma crise epilética, que perdurou até 5 minutos atrás. Nós tentamos retirar o veneno, mas a situação dele estava piorando. Toda a parte esquerda do corpo dele não responde a sinais e estímulos.  — Respondeu ela rapidamente.

— Vocês não conseguiram retirar o veneno dele?

— Não... infelizmente.

Checando os sinais vitais o homem ele não parecia estar perto da morte, mas seu estado inconsciente me preocupava. Foi quando lembrei de uma das histórias que meu pai havia me contado. Era arriscado, mas talvez conseguíssemos.

— Nós vamos precisar de uma outra pessoa. — Falava para aqueles que estavam no local.

— Mais uma? Então você sabe como tratar esse paciente? — Perguntava ele incrédulo.

— Talvez, pode dar certo, ou pode dar muito errado, é uma ideia maluca. — Falava eu pensado muito se deveria fazer aquilo.

— E porque deveríamos o seguir se você mesmo disse que é loucura? — Falava o médico indignado.

— Vocês me chamaram para salvar esse homem, e as chances de ele sobreviver sem a ajuda das nossas enfermeiras é muito baixa, então ou nós tomamos uma ação, ou decidimos a hora da morte. Qual é a escolha de vocês? — Perguntava para todos ali.

— Tudo bem, vou trazer outro médico para nos ajudar. — Falava ele saindo.

— Obrigado.

Quando o médico voltou com seu colega, e também foi Inteirado da situação, e assim que eles terminaram de explicar o que havia acontecido com o ANBU, comecei a explicar o que faríamos.

— Bem, antes de mais nada tenho que dizer que a estranheza que vocês sentem em receber ordens de uma criança, é compartilhada por mim dando-as. Uma segunda observação é, o que vamos fazer nesta sala é uma loucura completa e não ligo se algum de vocês não concordarem com os métodos, mas eu digo que cada um é necessário para o sucesso do mesmo. E por último e mais importante, tudo que acontecer nesta sala não pode sair daqui, esqueçam, apaguem suas memórias, façam o que quiserem, mas esses procedimentos não podem sair desta sala.

— O que pode ser tão extremo assim? O que você está pensando? — perguntou um dos médicos.

— Nós vamos retirar todo o veneno do corpo dele.

— E como vamos fazer isso? — Perguntou uma das enfermeiras — Além disso é um processo normal, que não funcionou da última vez.

— Acredite em mim, vai funcionar desta vez, e não vamos fazer isso pelo método comum. — Respondi ao grupo.

— Então... como vamos fazer? — Perguntavam dois deles em uníssono.

— Nós iremos retirar todo o sangue do corpo dele, é assim que vamos fazer.


— Esse garoto é maluco por que vocês trouxeram ele aqui? — Reclamava uma das enfermeiras parando com a técnica de cura por alguns segundos e depois voltando novamente a fazê-la.

— Calma Himito, vamos ouvir até o final, não temos muita escolha.

Depois de um pequeno silêncio, comecei a falar todos os passos que deveríamos seguir para atingir o sucesso.

— Nós faremos um corte na veia subclava esquerda, aproveitaremos que aquela metade do corpo está paralisada para que se ele acorde por algum motivo ele não possa atrapalhar na própria cura. — Olhei para os olhos de todas as pessoas ali e eles não parecia gostar do que eu falava, mas estavam escutando da mesma forma. — Depois disso, os médicos iram entrar em ação, um deles vai usar a técnica Saikan Chūshutsu no Jutsu para retirar o sangue pelo ferimento, pois ao tentar retirar somente o veneno ele sofreu danos, como foi dito pelas nossas enfermeiras.

— Mas isso não vai retirar o veneno do corpo do paciente. Como você pretende fazer isso? — Perguntou o médico que havia chegado por último.

— Essa é a parte complicada, enquanto um de vocês estiver usando a técnica para retirar o sangue, o outro estará usando a mesma técnica para separar o sangue do veneno, fora do corpo do paciente. Vai ser um procedimento violento, e é por isso que vamos precisar ser rápidos. Mas logo vocês vão perguntar porque eu pedi para que trouxessem mais uma pessoa. Agora nós somos em 6, enquanto 2 trabalham em retirar o veneno, nós quatro iremos revezar usando o Shōsen Jutsu para manter o paciente estável enquanto eles fazem o processo de purificação.

O silêncio dominava a sala, todos estavam se olhando e principalmente olhando para mim. Pareciam não acreditar que alguém pudesse vir com uma ideia tão maluca. Depois de um tempo o suor já descia nas têmporas das têmporas das enfermeiras.

— Devemos decidir agora, elas não vão conseguir estabilizá-lo por muito tempo, precisam de um descanso — Eu falava para o grupo.

Todos decidiram seguir o meu plano, a morte do homem seria inevitável, então não custaria fazer uma loucura para tentar salvá-lo. Todos estavam em suas posições, o médico havia acabado de fazer a incisão logo abaixo da clavícula do paciente enquanto o outro puxava o sangue com a técnica. As duas eram técnicas médicas básicas, mas muito versáteis, se a minha ideia funcionasse, poderíamos salvar aquele ninja.

Eu e o outro médico havia trocado de lugar com as mulheres para que elas pudessem descansar. O sangue que saia da ferida era estranho, parecia mais escuro, um sangue de aparência roxa. Mas assim que o médico tirava o veneno ele voltava a se tornar vermelho.

Depois de 3 horas de procedimento médico, nós havíamos terminado, tudo havia ficado bem. Ou pelo menos ele não havia morrido, o que era um grande passo na direção certa. Estávamos todos exaustos, quando curamos o ferimento na veia subclávia. Deveria levar algum tempo para que ele voltasse ao normal, então me voluntariei para observá-lo pelo resto do dia.

Dormi, confesso, usei muito de minha energia assegurando a vida do ANBU. Sentei na cadeira ao lado da cama e caí no sono, nem lembram com o que sonhei consigo, afinal não tive tempo. O ANBU estava se sacudindo na cama tentando levantar.

— Espera aí, você está se recuperando! — Enquanto ele tentava falar alguma coisa. — Eu não estou te entendendo, se acalme.

Depois que ele se acalmou, ficamos um tempo tentado nos comunicar, mas sem sucesso até que eu tive a ideia de pegar um lápis e folhas de papel, afinal ele ainda poderia escrever.

— Vamos lá, responda o que eu falar, está se sentindo melhor?

“Eu vou me sentir melhor quando você tirar essa porra do meu pescoço”

— Não tem nada no seu pescoço.

“ Atrás, na nuca”

Assim que eu levantei a cabeça do ninja eu senti algo estranho. Então eu o ajudei a sentar imediatamente. Havia um pino na nuca dele, me apressei em tirar, e foi então que eu senti um pequeno choque.

— Ai!

— Obrigado — falava o ninja pela primeira vez.

— O que é isso? — Perguntei com o negócio na mão, parecia um pino com uma agulha acoplada nele.

— Isso é um dispositivo do inimigo, um dos membros da Ragnarok consegue utilizar esses pinos para controlar o corpo e a mente das pessoas. Ele teve o prazer de me explicar o que isso fazia, estava orgulhoso.

— Controlar o corpo e mente, eu preciso levar isso para o meu... espera... controlar...

Olhei para o rosto do homem, e lágrimas caiam pelo seu rosto, e molhavam a roupa de cama do hospital.

— Não se preocupe, não foi sua culpa.

— Eu sei, mas eu fiz da mesma forma. — Ele continuou chorando — Vá, o Tsuchikage precisa saber disso.

— Tudo bem...

Eu saí pela janela mesmo e fui em direção ao gabinete do meu pai, as autoridades precisavam saber disso o mais rápido possível, e meu pai era a maior autoridade da vila.

Equipamentos

• Kunai (x5)
  
• Shuriken (x10)
  
• Senbon (x15)
  
• Makibishi (x5)
  
• Kemuridama (x2)
  
• Bomba de Luz (x1)
  
• Kibaku Fuuda (x5)
  
• Makimono (x3)
  
• Fios de Aço (20m)
  

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